A Petrobrás irá propor um aumento de 8,57% no valor reservado para remuneração de seus altos executivos, em assembleia geral de acionistas. Enquanto isso, os trabalhadores tiveram os salários congelados no ano passado e amargam perdas provocadas pelo aumento abusivo no custo do plano de saúde e o equacionamento da Petros.
Ao todo serão separados R$ 47 milhões para salários, benefícios e bônus, a serem pagos entre abril de 2021 e março de 2022. Segundo a empresa, o aumento na rubrica corresponde à provisão para o programa de remuneração variável de 2020, quando a companhia registrou lucro de R$ 7 bilhões, e de parcelas remanescentes de anos anteriores. O montante também foi aumentado pelo caixa gerado pelas privatizações e reajustes da AMS.
A proposta será submetida à assembleia geral ordinária da empresa, no dia 14 de abril, e a palavra final é do governo federal. Em caso de aprovação e de todas as metas cumpridas, o presidente Roberto Castello Branco, de saída da companhia, poderá ter até 13 salários a mais em um ano.
A Petrobrás propõe o pagamento de R$ 14 milhões em salários aos nove diretores da empresa, uma média de R$ 120 mil por mês, incluindo o 13º salário. O valor total é 2,9% superior ao verificado em 2020.
Para a remuneração variável, a proposta é reservar R$ 16,2 milhões, média de R$ 1,8 milhão por executivo. Em 2020, foram pagos R$ 5,3 milhões, mas 40% do bônus sobre o lucro recorde de 2019 foi dividido pelos quatro anos seguintes —isto é, parte daquele bônus está incluída também na reserva de 2021. Para o conselho de administração, a Petrobras propõe reservar R$ 2,9 milhões, ou cerca de R$ 260 mil para cada um dos 11 conselheiros.
“A proposta da Petrobrás é uma afronta aos trabalhadores brasileiros, que estão pagando as benesses dos executivos responsáveis pelo desmonte do patrimônio público nacional. É também uma afronta ao petroleiro, que dá dura para garantir os lucros da empresa e o abastecimento da população”, afirma o presidente do Sindicato, Rafael Prado.
Fonte: Sindipetro-SJC