O crime ocorreu no dia 3 de dezembro de 1984, em uma fábrica de agrotóxicos da corporação estadunidense Union Carbide, localizada na Índia, levando à exposição mais de 500 mil pessoas. Os empresários, que negligenciaram as normas de segurança para armazenamento do gás tóxico isocianato de metila, não foram punidos, e as vítimas receberam indenizações irrisórias.
Houve cerca de 2,2 mil mortes diretas e outras 10 mil pessoas morreram em decorrência de doenças relacionadas à inalação do gás, nesse que é considerado o maior acidente do trabalho.
Há cerca de 20 anos, a Union Carbide foi comprada pela Dow, também dos Estados Unidos. A empresa, a maior do setor, recusa-se a limpar a antiga fábrica em Bhopal e seu entorno, continua contaminado. Hoje, pais contaminados pelo vazamento de isocianato de metila têm seis vezes mais chance de ter filhos com má formação congênita.
Vítimas e ativistas ressaltam que as indenizações pagas pela empresa foram irrisórias e que o vazamento em Bhopal é um emblema da busca incessante das transnacionais por lucro, sacrificando vidas humanas e poluindo o meio ambiente no Sul global.
O então presidente da Union Carbide, Warren Anderson, que assinou a obra em Bhopal, foi preso logo após o vazamento, mas pagou uma fiança e morreu 30 anos depois em uma praia na Flórida, costa leste dos Estados Unidos.
As causas do vazamento nunca foram esclarecidas. O que se sabe é que o isocianato de metila deveria ser mantido em temperaturas mais baixas. “Foi uma execução desastrosa. Eles desligaram a unidade de refrigeração para economizar algo como US$ 40 por dia”, afirma Rachna Dhingra, ativista da Campanha Internacional por Justiça em Bhopal.
Em homenagem às vítimas de Bhopal, 3 de dezembro também é o Dia Mundial de Combate aos Agrotóxicos.
O Brasil é um dos maiores consumidores de veneno do mundo. Segundo levantamento da Agência Pública e da Repórter Brasil, a Dow Agrosciences Industrial Ltda – subsidiária do grupo Corteva Agriscience, antiga Dow Agrosciences –, diretamente ligada à perpetuação do crime de Bhopal, é a empresa que mais recorreu à justiça brasileira para flexibilizar leis que controlam o uso de pesticidas.
De 2007 a 2017, data do último levantamento oficial, o Brasil registrou 40 mil casos de intoxicação por agrotóxicos.
Filme sobre crime industrial na Índia
No dia em que o acidente em Bhopal completa 36 anos, 3 de dezembro, Brasil de Fato estreia documentário sobre o acidente, às 19h, no canal do Brasil de Fato no Youtube. O filme também será exibido na TVT, no canal 44.1 da TV aberta na Grande São Paulo, às 20h, com reprise no sábado (5) às 12h30. Veja aqui como sintonizar na TVT, caso você esteja em outras localidades.
O filme trata justamente dos impactos daquele episódio, que matou 2,2 mil pessoas na hora e afetou a vida de quase 600 mil pessoas ao longo dos anos.
Assista ao trailer do documentário
Assista aqui o documentário completo a partir das 19h
Conclusão
Com isso pode se concluir que este grave acidente ainda terá consequências seríssimas ao longa da história.
Dessa maneira, aprendemos com tudo isso que trabalhar com segurança não é algo que deva ser colocado somente no papel.
Mas ser parte integrante da execução, com a devida importância que se tem.
Não se pode brincar com a vida de pessoas e simplesmente achar que isso não refletirá em graves consequências.
É dever de todo cidadão zelar pela segurança dos demais, quer seja como empresa, governantes e trabalhadores.
Segurança do trabalho é coisa séria!
Fontes: Brasil de Fato e https://prolifeengenharia.com.br/