Trabalhadores só recebem ordem para sair do prédio por volta das 21h30min, em meio ao risco de curto circuito
O temporal que abateu a cidade do Rio de Janeiro, na tarde desta terça-feira (7), revelou mais uma vez o descaso das autoridades com relação a investimentos em infraestrutura para suportar as tradicionais chuvas de verão.
Pelo menos duas pessoas morreram, ao menos 300 ocorrências foram registradas relacionadas às chuvas e sirenes soaram em 113 comunidades para alertar sobre riscos de deslizamento de terra. O Edifício Senado (EDISEN), sede da Petrobrás, foi atingido em cheio – mais uma vez – pelo grande volume de água, daquilo que literalmente substituiu a rua e se tornou o “rio dos inválidos”.
Nesta quarta-feira (8), a Petrobrás compôs uma Estrutura Organizacional de Resposta (EOR) específica para atuar sobre o episódio dessa terça, analisar as condições de habitabilidade e anunciar quando deverá ocorrer o retorno ao trabalho presencial, suspenso a partir desta quarta.
Para a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), a empresa precisa prestar esclarecimentos sobre o protocolo adotado ontem, visto os riscos para os trabalhadores. Mesmo sabendo que chuvas fortes iriam abater o Rio de Janeiro, que a sede se encontra em área de risco de alagamentos – inclusive no interior do prédio, como de fato ocorreu ontem, nada foi feito preventivamente. Em nota, a companhia informou que houve a necessidade de desligamento de parte da alimentação de energia do prédio e toda força de trabalho foi evacuada do edifício.
O fato é que, às 17h40min, o Rio de Janeiro entrou em estado de atenção e às 20h em estado de alerta, segundo o Centro de Operações do Rio de Janeiro. “E foi somente em meio à esta situação mais grave e ao risco de curto circuito no prédio, por volta das 21h30min, que foi acionado o alarme de abandono do prédio, ainda com várias centenas de trabalhadores, o que evidentemente poderia ter sido feito no meio da tarde, quando ainda havia uma situação muito mais segura e controlada”, relata diretor da FNP, Bruno Dantas, um dos trabalhadores que abandonou o Edisen.
Quais medidas a empresa irá tomar para garantir a segurança de seus trabalhadores durante os próximos temporais no Rio de Janeiro?