A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) entrou, na última quinta-feira (19/05), com denúncia no MPF (Ministério Público Federal) contra o ex-presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, por suposta prática de improbidade administrativa.
A FNP pede que seja investigada a possibilidade de fornecimento de informações privilegiadas ou mesmo tráfico de influência, que possam ter favorecido a 3R Petroleum na aquisição de ativos da Petrobrás durante a gestão de Castello Branco.
Para a FNP, os crimes teriam acontecido na época em que aconteceu a venda de campos e complexos industriais dos polos Peroá, Macau, Potiguar, Recôncavo e Ventura para a 3R Petroleum.
Vale ressaltar que no início de maio, Castello Branco foi eleito presidente do Conselho de Administração da 3R.
Segundo Raquel Sousa, advogada da FNP, é muito estranho que, menos de três meses após ter saído do comando da Petrobrás, onde participou do processo de negociação para a venda desses ativos, Castello Branco tenha tomado posse do mais alto cargo da empresa beneficiada.
“Ou seja, o vencedor ainda poderá ter que enfrentar uma negociação e perder o direito adquirido. Isso abre um leque de possibilidades para extorquir do vencedor condições completamente estranhas ao interesse público”, declara Raquel.
Mas, de acordo com a FNP, as vendas dos ativos podem ser revertidas por conta de a legislação não permitir favorecimento e que mesmo após a venda o processo pode ser desfeito. Para ela, o fato de Castello Branco assumir um cargo na empresa que comprou ativos da Petrobrás na gestão dele não seria uma mera coincidência, mas que o posto de presidente seria uma premiação pelos serviços prestados e por isso os fatos precisariam ser apurados.
Veja o vídeo em que o secretário geral da FNP, Adaedson Costa, fala sobre a denúncia:
Leia a denúncia, aqui, na íntegra.
“Não podemos achar que tudo isso tenha sido uma mera coincidência. O que nos parece, na realidade, é que o posto de presidente foi uma premiação pelos serviços prestados e isso precisa, urgentemente, ser investigado”, conclui Raquel.