FNP e seus sindicatos vão à Justiça contra corte de salários

A FNP (Federação Nacional dos Petroleiros) e seus sindicatos irão recorrer à Justiça contra o Plano de Resiliência anunciado pela Petrobrás, no final do mês passado, que prevê redução da jornada com corte de salários que pode ultrapassar os 30%, mas que preserva os vencimentos dos altos cargos. Além de quebrar a isonomia entre os trabalhadores, a decisão ainda aconteceu sem prévia negociação com os sindicatos, o que fere a legislação trabalhista.

A mesma empresa que quer resiliência da categoria diante de demissões, punições e cortes de direitos, deixa a diretoria e chefias com seus interesses protegidos. Para aqueles que ocupam os cargos com função gratificada, o plano não prevê cortes, mas apenas a postergação do pagamento, para setembro.

Se isso não bastasse, a empresa quer ainda adiar o recolhimento do FGTS, o pagamento da gratificação de férias e das horas extras, entre outras ações anunciadas em um pacote que inclui novos cortes de investimentos e hibernação de unidades.

Ou seja, a Petrobrás segue na direção contrária das medidas que estão sendo tomadas no mundo, de forma unilateral e autoritária, sem qualquer tipo de negociação.

Duas versões
Com tudo isso, fica claro que a Petrobrás assume duas versões durante a crise causada pela pandemia do COVID-19 : para a sociedade, faz um discurso de responsabilidade social e até anuncia doação de testes para o coronavírus. Mas, com os seus trabalhadores, age de forma inversa e os deixa ainda mais desprotegidos da pandemia e submetidos a situações absurdas.

Nas áreas industriais, por exemplo, os trabalhadores dos turnos seguem expostos à contaminação, trabalhando em jornadas extenuantes e ainda com dificuldade extra para liberação de pessoas do grupo de risco.

Além da ação contra a resiliência, a FNP também segue em contato permanente com o MPT (Ministério Público do Trabalho) denunciando todas arbitrariedades da empresa.

 

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