Um grupo de 11 amigas aposentadas, todas ex-funcionárias da Revap e, em sua grande maioria, sócias do Sindipetro-SJC, marcaram o ano de 2021 de uma forma muito especial. Juntas, decidiram encarar uma aventura nunca antes imaginada por muitas delas: lançar um livro.
Cidinha Vieira, Dorinha Machado, Geraldina Rodrigues Pontes Ferreira, Gilmara Pinto de Oliveira, Lucia Helena Paula Santos Gissi, Márcia Raquel Morais Fazzini, Maria das Graças Bueno Peixoto, Miriam Sampaio, Salete dos Santos Prudente, Sueli Alves da Costa e Vera Lúcia dos Santos Cardoso são as autoras da obra “Um olhar sobre nós… Girassóis”, uma antologia de textos que reúne 11 crônicas. A obra foi lançada em setembro.
Com textos leves, o livro traz olhares sobre a pandemia de COVID-19 e nos faz relembrar os momentos vividos durante esse período tão desafiador.
Cada uma, à sua maneira e com base na experiência pessoal, descreve suas impressões, angústias, medos, incertezas e perdas vividas durante o período de isolamento social.
Situações de fácil identificação, já que fomos todos impactados de alguma forma e, por isso, compartilhamos de muitos dos sentimentos descritos no livro.
O Sindipetro-SJC vai realizar um evento, no próximo ano, para um bate-papo das autoras com os petroleiros aposentados sobre a importância dos planos e projetos pós-aposentadoria e o quanto isso traz motivação nessa fase da vida. Além da troca de experiências, a intenção é também promover, no mesmo dia, uma tarde de autógrafos, em data que ainda será definida.
Como nasceu a ideia
Segundo Lucia Gissi, que foi uma das autoras e organizadoras da publicação, o grupo se conhece há mais de 40 anos. Juntas, elas já compartilharam vários momentos da vida profissional, no dia-a-dia da refinaria, além de estreita relação pessoal cultivada em tantos anos de amizade.
“Tivemos uma convivência intensa durante todos esses anos. Acompanhamos o crescimento os filhos de cada uma, a chegada dos netos, participamos da vida umas das outras. Após a aposentadoria, decidimos fazer um grupo, para que pudéssemos continuar mantendo contato. Foi nesse grupo que a ideia do livro nasceu”, disse.
O nome escolhido para o grupo, Girassol, tem uma explicação: assim como essa flor, elas também buscavam, uma na outra, a energia necessária para continuar e resistir. Daí o nome do livro.
Sueli Alves da Costa, outra organizadora da publicação, explica que o grupo de whattsapp que antes era destinado a bate-papos despretensiosos passou a ser monotemático. “A gente só falava da pandemia, dos medos, das inseguranças, das perdas. Dávamos força umas às outras, nos momentos difíceis de cada uma. Tanto que o grupo acabou se tornando um espaço para desabafos. Foi aí que tivemos a ideia colocar esses sentimentos no papel”, disse.
Num primeiro momento a ideia era canalizar e expressar as emoções do grupo em forma de textos, buscando alívio.
“O resultado foi tão bacana e surpreendente que chegamos à conclusão que tínhamos de organizar tudo isso de alguma forma. Foi aí que pensamos no livro e começamos a correr atrás de editoras para concretizar a ideia”, disse.
A experiência, que começou por brincadeira, deu certo. O resultado é uma obra sensível que mostra vivências e experiências diversas e, ao mesmo tempo, tão iguais. Além de revelar talentos que, até então, nunca haviam sido explorados.
“Escrever um livro nunca foi um sonho pra mim, confesso. Mas, exatamente por isso, foi um projeto tão novo e desafiador que trouxe muito ânimo e alegria, mesmo num momento tão adverso. Nunca imaginei que lançaria um livro, após a aposentadoria. Ficamos muito orgulhosas com o processo e com o resultado”, disse Lucia.
Sueli compartilha da opinião da colega. “A essa altura da vida, ter encarado um projeto como esse foi como renascer. Vimos nossas famílias orgulhosas e empolgadas, voltamos a fazer planos. Uma satisfação pessoal indescritível. Já pensamos em transformá-lo também em um e-book, no próximo ano”, disse Sueli.
Outra autora, Cidinha Vieira, conta que tinha guardada essa vontade de escrever e lançar um livro, mas até então não havia conseguido viabilizar a ideia. “Nunca perdi de vista esse sonho. Por isso, foi fantástica a experiência de ver essa antologia publicada. Agora, o próximo passo é escrever o meu livro”, disse, empolgada.
Ela diz que se pudesse dar um conselho aos petroleiros aposentados seria: “continue sonhando!”
“Nossa experiência mostra que, mesmo após a aposentadoria, ainda temos muito por fazer e realizar. E isso traz uma satisfação incrível. Façam parte de um grupo. Façam planos!”, disse.
Os textos
Quem ler a antologia vai se deparar por diversas vezes com elementos como medo, insegurança, tristeza. Mas também vai encontrar religiosidade, fé, solidariedade. Além de muitas doses de superação e a capacidade de ver beleza em pequenas coisas que, no período, nem pareciam mais tão pequenas assim.
Também há relatos de uma autora contaminada pela COVID que conta como foi a luta pessoal para vencer a doença, relatos de quem perdeu entes queridos na pandemia e de quem se viu à beira de um quadro depressivo diante de tantas incertezas.
Apenas um dos textos não cita a pandemia. Dorinha Machado decidiu que sua contribuição seria o ponto destoante da obra. Ela compartilhou a crônica “Raízes Mineiras”, fruto de uma pesquisa genealógica que vem realizando sobre sua família e fará parte de um livro, em breve. O texto descreve um pouco do início da sua família e revela sua admiração pela cultura mineira.
Um olhar sobre nós… Girassóis!
Editora: Netebooks (www.netebooks.com.br)
Para adquirir um exemplar entre em contato com as organizadoras:
Lúcia Gissi – 12 99747-1698
Sueli Costa – 12 98182-3993
Fonte: Sindipetro-SJC.
