No pior momento da pandemia, novo presidente da Petrobrás defende fim do home office para agradar Bolsonaro

Em reuniões internas, o general Silva e Luna sinaliza que uma de suas primeiras medidas à frente da Petrobrás será a antecipação do fim do home office na empresa, segundo informações do jornal O Globo. Alinhado ao governo Bolsonaro, Silva e Luna tomou posto no Conselho de Administração da Petrobras nesta segunda-feira (12) e deve assumir a presidência nos próximos dias.

A previsão inicial do fim do teletrabalho era junho. Caso seja antecipada, chegará justamente no pior momento da pandemia, quando assistimos a uma escalada assustadora de novos casos e mortes, com sucessivos recordes.

Pesquisadores, médicos infectologistas e especialistas do mundo inteiro são unânimes em afirmar que apenas o distanciamento social pode conter o avanço desenfreado do coronavírus, até que o país consiga acelerar a vacinação. 

Portanto, ainda não é o momento para retomada do trabalho presencial, já que essa medida aumentaria substancialmente a circulação de pessoas dentro da empresa e, consequentemente, o risco de contaminação.

Contaminação na Petrobrás é alta
Mesmo com boa parte dos trabalhadores em home office, a Petrobrás está entre as empresas estatais com maior número de contaminados. De acordo com o Boletim de Monitoramento da COVID-19, do Ministério de Minas e Energia, até o dia 29 de março, a Petrobrás já havia registrado 5.895 funcionários contaminados, desde o início da pandemia. Deste total, 5.529 se recuperaram, 300 estavam em quarentena, 47 estavam hospitalizados e 19 já tinham perdido a vida.

Prova de que a situação continua grave é relatório do EOR (Equipe Organização de Resposta), do último dia 7, ao qual o Sindicato teve acesso. Nesta data, a empresa tinha 316 casos ativos, dos quais 76 estavam hospitalizados (39 na UTI e 37 na enfermaria), além de outros 166 casos suspeitos.

Estes números podem aumentar ainda mais, caso o teletrabalho seja cancelado e as unidades aumentem a aglomeração e circulação de pessoas. “É um absurdo que essa possibilidade esteja sendo considerada no alto escalão da empresa, mesmo sabendo dos riscos para a saúde e a segurança da categoria no momento de descontrole da pandemia. O home office não afetou em nada a produtividade da empresa e, sem dúvida, é uma medida indispensável nesse momento. É preciso travar uma luta pela continuidade do home office, em defesa da saúde dos petroleiros e petroleiras”, disse o presidente do Sindipetro-SJC, Rafael Prado.

Fonte: Sindipetro-SJC

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn
Share on whatsapp
WhatsApp