Pelo o fim da violência policial nas favelas

A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) considera inaceitável uma chacina, ainda mais em meio à pandemia que castiga o país há mais de um ano, com aproximadamente 415 mil mortos.

A polícia civil alegou que a operação ocorreu para combater o aliciamento de crianças e jovens pelo tráfico de drogas, sendo que após 9 horas de ação já haviam pelo menos 25 mortos e alguns feridos. A situação foi tão avassaladora que passageiros da linha 2 do metrô foram atingidos dentro do transporte. Segundo a plataforma Fogo Cruzado essa é a segunda maior chacina da história da “cidade maravilhosa”.

A ação policial terminou com 28 vítimas, três a mais do que o divulgado inicialmente, de acordo com a Polícia Civil. Ao menos 13 dos mortos não tinham qualquer relação com a investigação, mas o número que pode ser ainda maior porque 11 corpos ainda não foram identificados, de acordo com informações da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Entre as vítimas estava o policial civil André Farias.

Dos 21 nomes investigados, somente Richard, Romulo e Isaac estão entre os mortos na ação e deveriam, em respeito ao Estado Democrático de Direito, responder por eventuais delitos na Justiça.

No entanto, a ação desastrosa, autorizada pelo atual governador, Claudio Castro, configura claramente uma situação de violência do Estado, inspirada por instintos sádicos e executada com grande brutalidade. Corpos ensanguentados estavam nas ruas e becos do Jacarezinho, casas foram invadidas, celulares, confiscados, moradores viveram horas de desespero.

Operações como a que ocorreu no Jacarezinho desrespeitam uma decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de junho de 2020, que proibi operações policiais em favelas do Rio durante o período da pandemia de Covid-19. Só são permitidas ações em casos "absolutamente excepcionais". Nesse caso, o motivo precisa ser comunicado com antecedência pela Polícia Civil ao Ministério Público.

Contudo, o que os cariocas periféricos e favelados experimentam em seu cotidiano são as marcas da morte causadas pela tríade do extermínio: bala, fome e vírus.

A FNP espera que o governador do Rio, empossado há apenas cinco dias, assuma responsabilidades nesta malfadada operação. Que as autoridades competentes garantam a preservação dos locais onde as mortes se deram. Que o trabalho de perícia do IML seja feito dentro dos critérios técnicos exigidos, sob o olhar vigilante de toda a sociedade. E que a decisão do STF, suspendendo essas operações, seja plenamente respeitada.

 Fontes: Brasil de Fato, Le Monde Diplomatique e El País.

 

 

 

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