A direção da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) reuniu-se com a Petrobrás na manhã desta terça-feira (21/12), virtualmente, para tratar da PLR e foi informada que no dia 14 de janeiro de 2022, a empresa vai efetivar o adiantamento de 1/3 da PLR 2021, cerca de R$ 195 milhões, o que representa apenas 0,3% dos R$ 63,4 bilhões distribuídos aos acionistas até outubro de 2021. A outra parte só será paga em maio e não será proporcional aos lucros, nem aos resultados do ano de 2021, mesmo com a adição do resultado do 4º trimestre de 2021.
Segundo a empresa, os valores devem ser adiantados aos trabalhadores que não ocupam cargos de chefia com função gratificada. Os adiantamentos também serão feitos proporcionalmente para quem deixou de ter essa gratificação ou saiu da empresa em PDV, durante o exercício de 2021.
O curioso é que o valor da PLR a ser adiantado aos trabalhadores e o valor que os acionistas já estão recebendo como dividendos, pelos resultados obtidos pela Petrobrás, são muito distintos.
Para se ter uma ideia, a Petrobrás está pagando um total de R$ 63,4 bilhões em 2021, sendo R$ 23,3 bilhões à União, e a maior parte dos R$ 40, 1 bilhões para os grandes acionistas estrangeiros. Enquanto isso, 37 mil empregados vão receber um adiantamento de R$ 195 milhões, equivalente a 0,3% da cota dos acionistas, encabeçados pelos super-ricos da Bolsa de Valores.
Trabalhadores com salário até R$ 5 mil receberão duas remunerações, quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 10 mil receberá o valor fixo de R$ 10 mil e para aqueles com salário acima de R$ 10 mil receberá o valor de uma remuneração.
Assim, mais uma vez, a empresa bate recorde de distribuição de lucros e dividendos aos acionistas e impõe uma PLR rebaixada aos trabalhadores, após desvincular o cálculo do lucro real, visando a privatização, sem negociar com os sindicatos.
A FNP e seus sindicatos defendem uma PLR real, calculada com base nos lucros da empresa e com distribuição proporcional entre os trabalhadores.
