Petrobrás privatiza o polo de Carmópolis e suas 11 concessões de produção terrestres em Sergipe

Neste 23 de dezembro, véspera do Natal, a Petrobrás assinou a venda das 11 concessões de Polo Carmópolis em Sergipe por US$ 1,1 bilhão a empresa espanhola Cobra.
O Polo Carmópolis é um conjunto de campos de produção terrestres com instalações integradas, que dentre outros ativos tem o Terminal Aquaviário de Aracaju (Tecarmo) e o Oleoduto Bonsucesso-Atalaia, que escoa a produção de óleo do Polo Carmópolis até o Tecarmo.

A Petrobrás justifica que a venda segue sua política de desinvestimento, e que concentra seus recursos em ativos de águas profundas e ultraprofundas.

Esta justificativa da empresa busca esconder o real motivo desta política do governo Bolsonaro, que levará um empobrecimento maior do Nordeste e outras regiões do país: Trata-se da subserviência do governo Bolsonaro a imposição de que o Brasil seja um mero exportador de matéria-prima e commodities. Esta localização do Brasil no “tabuleiro mundial” obriga o país a se desindustrializar, o que ocorre desde os anos 8O. Todos os governos anteriores contribuíram, mas no governo Bolsonaro e Paulo Guedes, este processo avançou numa velocidade nunca vista. E a venda do Polo Carmópolis e outros ativos são parte de plano de destruição da Petrobrás e da indústria nacional.

Para implementar esta política de transformar a Petrobrás em mero exportador de óleo cru, Bolsonaro vende os campos terrestre e de mar, as refinarias e equipamento dilapidando o patrimônio público nacional.

A privatização do Polo Carmópolis e as demais privatizações dos ativos da Petrobrás, estão a serviço de manter esta submissão em troca do sofrimento do povo e dos trabalhadores de Sergipe e do Brasil. É um duro ataque ao estado e ao povo!

Os primeiros levantamentos geofísicos em Sergipe se dão nos anos 4O através do CNP [Conselho Nacional do Petróleo]. O CNP foi sucedido pela Petrobrás que fez as primeiras descobertas em 1963 em Carmópolis, e em 1968 em Guaricema. E nestas décadas, foram inúmeros benefícios que esta empresa estatal trouxe ao estado de Sergipe. O mais marcante foi a contribuição decisiva da Petrobrás para que Sergipe chegasse a ser segundo colocado no ranking de desenvolvimento industrial no Nordeste. Apesar de pequeno, o estado tinha um forte motor econômico: a Petrobrás.

Este processo de privatização ocorreu sob a conivência do governador Belivaldo Chagas e da vice Eliane Aquino, e da maioria dos políticos do estado que não se somaram na luta pela permanência da Petrobras em Sergipe e no nordeste.

O Sindipetro Alse seguirá denunciando este ataque do governo Bolsonaro aos trabalhadores e ao povo nordestino. E seguirá exigindo o retorno da Petrobrás para Sergipe e para o Nordeste, deste governo e de quem for eleito. Defendemos uma Petrobrás 1OO% estatal sob o controle dos trabalhadores e do povo brasileiro, retornando a sua matriz do “poço ao posto”, e ofertando gás de cozinha e combustíveis a preços justos a nosso povo.

Também será iniciada a organização dos petroleiros privados, que são super-explorados pelas empresas e tem direitos e salários médios abaixo dos praticados anteriormente. Mas será através de nossa organização independente e luta coletiva que poderemos resistir e ter forças para lutar por dias melhores.

Fonte: Sindipetro-AL/SE.
 

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