Petrobrás derrete?

 O jornal O Dia de hoje, 16/12, em sua chamada principal alardeou a seus leitores: “A Petrobras derrete. Acionistas perdem quase 10% em um dia por causa da corrupção na empresa e da queda no preço internacional do petróleo.” É verdade que a Petrobrás vem sendo saqueada pela corrupção que se consolida a cada novo governo, mas a história de luta que construiu essa empresa não derrete assim.

Muito pelo contrário, a descoberta do pré-sal e o brilhantismo na operação do petróleo, ambos protagonizados pelo corpo técnico de trabalhadores da Petrobrás, tornaram o Brasil autossuficiente e nos alavancou a potência mundial na indústria mais lucrativa do mundo. Então, precisamos olhar a realidade por completo para tomar as ações corretas.

Importante começar registrando que as ações de todas as petroleiras caíram nos últimos 15 dias na bolsa de Nova York: Shell -9,72; Chevron -9,73%; Total -13,23%; Petrobrás -31,35%; Gasprom -28,82%. Essa queda surpreende todos os analistas de geopolítica do mundo que afirmavam que após atingir o pico máximo de produção de petróleo e sem perspectivas de novas descobertas de petróleo no mundo posteriores ao pré-sal do Brasil, o preço do barril de petróleo não cairia para menos de U$ 100 o barril. Estranhamente, o preço do barril no mercado internacional caiu de U$100 para U$ 60, só explicada por uma manobra dos EUA e dos países europeus, juntos com a OPEP, para retaliar a Rússia, por conta da guerra com a Ucrânia, o que acaba atingindo todos os países produtores. No Brasil o caso acaba sendo mais grave por conta da propaganda negativa diária da mídia.

Defendemos que a presidente Dilma Roussef deveria aproveitar esse momento para comprar as ações da Petrobrás. Os analistas do mercado financeiro recomendam aos acionistas da petroleira brasileira a não venderem suas ações. A principal matriz energética no mundo continuará a ser o petróleo pelo menos pelas próximas décadas. A Petrobrás com a descoberta do pré-sal acumulou reservas em torno de 60 BI de barris de petróleo o que garante ao Brasil a auto suficiência de petróleo pelo menos pelos próximos 50 anos.

Absurdo hoje sermos reféns da Bolsa de NY graças a sanha privatista do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Precisamos sim recuperar o controle estatal da companhia e tornar sua gestão verdadeiramente pública, com transparência, democracia e controle popular. Destacamos que a radicalização da democracia é a melhor forma de combater a corrupção que assola a Petrobrás.

Emanuel Cancella é diretor do Sindipetro-RJ e da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).

Rio de Janeiro, 16 de dezembro de 2014.

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