O ano termina, mas as lutas continuam: Vamos nos unir, petroleiros e que venha 2015!
Um novo ano começa a ser moldado baseado nos acontecimentos de 2014, ano que vai, mas que deixou marcado na história petroleira uma revolução na Petrobrás que ainda está por vir.
O Brasil sediou uma Copa do Mundo realmente organizada, apesar de inúmeros atrasos de obras projetadas para melhorar acessos e receber os turistas, vindos de dentro e fora do país. A seleção Brasileira também deixou a desejar, mas tivemos jogos fantásticos, como em nenhuma Copa anterior. O povo brasileiro fez bonito na hospitalidade e simpatia, característica de nossa gente, que nunca foge à luta e sempre cumpre seu papel.
Tivemos uma das eleições mais acirradas e conturbadas de todos os tempos, mas dessa vez com a participação maciça da população, que promoveu nas redes sociais discussões acaloradas, partidárias, onde o amor e o ódio foram demonstrados de todas as formas.
Se por um lado somos famosos pelo jeitinho brasileiro para tudo ? prática que nós mesmos nos gabamos de possuir -, por outro lutamos com bravura, nos apertamos nas contas para ajudar o país a andar com as próprias pernas, fechamos as torneiras para economizar a água que o governo deixou de cuidar e abrimos nossas portas para os visitantes, que sempre retornam acompanhados de seus amigos que se tornam habitués.
Se bem ou mal falados, o povo brasileiro tem por habito driblar as adversidades, e é dessa nossa maior qualidade que precisamos para 2015.
A Petrobrás enfrenta uma de suas maiores crises dos últimos 60 anos. Nos parece que dessa vez o país passará por um processo de purificação necessário para avançarmos como nação. Políticos sendo presos, empresários e empresas sendo punidos por corrupção, lavagem de dinheiro e carteis e nossa tão amada companhia no olho do furacão.
A categoria petroleira, coincidentemente 20 anos após a histórica greve de 1995, volta a ser alvo das especulações privatistas, mas desta vez a terceirização desfaz o castelo de cartas pelo topo, pelos diretores e presidente da nossa empresa. Dilma já procura um substituto para Graça Foster e o nome vem de fora, do viciado mercado internacional.
Há anos lutamos e vociferamos os planos do governo, que desde a presidência de Sarney busca entregar nossas riquezas naturais para o mercado internacional, se rendendo aos neoliberalistas e sua ânsia por mais poder.
A baixa do barril de petróleo é só mais uma artimanha sórdida para desestruturar os países emergentes e reter a riqueza nas mãos dos que sempre tiveram privilégios.
Não podemos abaixar a cabeça, muito menos nos deixar abater pelo que vem pela frente, ao contrário.
A história petroleira foi construída a base de muita luta e união e é o momento de nos levantarmos e empunharmos nossa constituição e leis trabalhistas para garantirmos nossos direitos, lutando contra as más intenções políticas, por nossa soberania.
A Petrobrás pertence a todos nós e foi construída e garantiu seu espaço entre uma das maiores empresas do mundo graças ao trabalho ardo que nos submetemos. Foram nossos engenheiros que descobriram como tirar o petróleo do pré-sal e foram nossos geólogos que o encontraram, onde todos os maiores especialistas do mundo diziam que não havia nada.
Entramos em um novo ano e precisamos nos organizar para retomarmos o poder sobre a empresa. Não podemos aceitar intervenções puramente mercadológica para gerir a Petrobrás. A empresa é maior que o mercado e deve servir aos interesses do povo brasileiro.
Nossa categoria precisa se mobilizar e mostrar sua insatisfação diante do que está acontecendo na companhia. Só as mobilizações sociais realmente demonstram a força do povo.
Mais uma vez relembrando a grande greve de 1995, que em nossa base durou 33 dias, foi com esse movimento que, mesmo sobre a mira de canhões do exército e ameaças de demissões, a categoria conseguiu reverter a privatização e chamar a atenção da opinião pública contra os joguetes políticos que visavam entregar de mão beijada o que hoje financia obras em estradas, moradias e hospitais.
Devemos nos municiar de informação e coragem e buscar nas grandes mobilizações sociais, nas tão temidas greves, a pressão que precisamos por sobre os políticos, que só se sensibilizam quando se veem ameaçados, como nas jornadas de junho de 2013.
Em 2014 continuamos perdendo direitos. Os cérebros pensantes da alta cúpula da empresa têm se esforçado para tirar de seus gastos proventos do trabalhador ? vide ação de dissídio coletivo de natureza jurídica, impetrada pela Patrobrás, que quer nova interpretação da RMNR, tirando mais de 30% da renda do petroleiro ? possivelmente como parte do plano macabro de passar para mãos particulares nosso petróleo.
Vamos fazer do ano de 2015 mais do que um ano de luta, mas de conquistas e vitórias. A união é necessária neste momento difícil. Os petroleiros se sentem acuados, sozinhos, mas é com megafone nas mãos e saindo nas ruas que encontraremos o apoio que precisamos.
Propomos um ano de 2015 de confronto com os poderes que se opõe ao trabalhador e contra a soberania do Brasil. Temos em nossas mãos o poder de mudar o país, basta que juntemos as forças e exijamos o que nos é de direito.
Vamos à luta, companheiros! Rumo ao nosso sucesso e a uma Petrobrás 100% estatal!
A diretoria do Sindipetro-LP deseja a todos um Feliz Natal e um Ano Novo de grandes lutas, muitas vitórias e conquistas!
Fonte: Sindipetro-LP – 19/12/2014.