Plenária da campanha ?Todo Petróleo Tem que Ser Nosso? delibera pela defesa radical do caráter público da Petrobrás com responsabilização rigorosa de corruptos e corruptores
Diversas organizações populares e dezenas de ativistas se reuniram na última quinta (29), no auditório do Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro, para planejar a luta em defesa da Petrobrás 100% pública e estatal. Fortalecer mecanismos de combate à corrupção dentro da companhia foi uma das prioridades da plenária da campanha ?Todo Petróleo Tem que Ser Nosso?. A necessidade de aproximar mais setores da luta contra a privatização do petróleo motivou a definição de uma conferência nacional para debater ?A Petrobrás que queremos?. A ideia dessa atividade seria reunir o máximo possível de representantes de movimentos sociais para construir um plano de lutas e uma plataforma em defesa da Petrobrás 100% pública e estatal.
Os presentes na reunião realizada no Sindipetro-RJ compartilharam a preocupação pelo momento de fortes ataques sobre a Petrobrás envolvida numa rede de corrupção extremamente destrutiva. Democratizar a empresa, acabar com os cargos de nomeação política, definição dos dirigentes da companhia a partir de processos de participação direta dos trabalhadores foram alguns mecanismos levantados para combater a corrupção. Assim como exigir a devolução do dinheiro roubado e transparência plena nesse processo. Contudo, os ativistas defenderam a mobilização plena em defesa de uma Petrobrás cada vez mais pública, que rejeite qualquer discurso e tentativa de privatização.
– As empresas privadas são as mais corruptas. São as empreiteiras privadas que cumprem o papel de corruptoras da Petrobrás. Precisamos denunciar todos os processos de privatização, com destaque para as terceirizações, que é muito utilizada para desviar recursos públicos. Precisamos tomar as ruas como fizemos nas décadas de 1940 e 1950 para defender a Petrobrás, seu corpo técnico e exigir rigorosa responsabilização de todos os corruptos e corruptores da companhia ? explica Emanuel Cancella, diretor do Sindipetro-RJ e da FNP, um dos grandes mobilizadores da campanha ?Todo Petróleo Tem que Ser Nosso?.
A intervenção na nona edição da Bienal da Une, que ocorre essa semana na Lapa, foi um dos destaques da plenária. Também apontou-se a necessidade de avançar na construção de ferramentas de comunicação capaz de se contrapor ao bloqueio e manipulações da grande mídia .
Outras iniciativas foram propostas e serão encaminhadas pelo comitê operativo estadual da campanha do petróleo. Veja abaixo todas as ideias de ação e reflexão apresentadas.
Resoluções da plenária da campanha 'Todo Petróleo Tem que Ser Nosso', realizada em 29 de janeiro de 2015:
>>> Realização de conferência nacional para debater que Petrobrás nós queremos. O encontro seria realizado depois do Carnaval, preferencialmente, no Rio de Janeiro. Essa conferência deve servir para convocar todos os setores que participam e já participaram da campanha e que assim consiga organizar um Plano de Lutas capaz de defender a Petrobrás 100% estatal, combatendo a corrupção e rejeitando a privatização de nossos recursos naturais;
>>> Avançar na formulação de que Petrobrás queremos, com ampla participação dos movimentos sociais;
>>> Pensar uma comunicação mais eficiente, capaz de se contrapor as inverdades da grande mídia. Necessidade de repensar a comunicação;
>>> Envolver mais entidades na campanha, como Modecom, ABI, OAB etc;
>>> Articular uma rede de sites e blogs alternativos divulgando nossas posições contra-hegemônicas em relação ao petróleo;
>>> Promover um cronograma de entrevistas junto as TVs comunitárias e alternativas para colocar no ar uma entrevista por semana de referências do movimento contra a privatização do petróleo;
>>> Centrar força num processo de formação política para os militantes da campanha;
>>> Produção de panfleto simplificado e objetivo para facilitar nossa agitação nas bases;
>>> Realização de concurso de Texto e Imagem da campanha do petróleo nas escolas e universidades;
>>> Fortalecimento dos comitês de base da campanha do petróleo;
>>> Conexão com os outros movimentos sociais e unificação de bandeiras;
>>> Colocar os nomes dos corruptos em destaque. Evidenciar essas denúncias publicizando os nomes dos corruptos;
>>> Cobrar a devolução do dinheiro roubado e exigir transparência nessa devolução;
>>> É necessário que a Agência Petroleira de Notícias consiga aglutinar as mídias alternativas, em especial as comunitárias em torno da campanha do petróleo;
>>> Criação de um twitter da campanha;
>>> Colocar na campanha a necessidade de democratização da Petrobrás, com eleição do presidente da companhia por um fórum amplo de trabalhadores e eleição dos diretores da empresa pelos próprios trabalhadores petroleiros.
>>> Garantir assessoria de imprensa para se comunicar com as mídias comerciais, alternativas e redes sociais;
>>> Avançar na articulação das diferentes pautas buscando unificar verdadeiramente as lutas, fazendo isso de forma coletiva, ouvindo os acúmulos das bases dos movimentos;
>>> Fortalecer o debate do gás a 1 real;
>>> Fazer um grande ato , que aconteça no Galeão ou outro local de grande visibilidade;
>>> Orientação para que todos os movimentos coloquem faixas da campanha em suas sedes e unidades de ação;
>>> Fortalecer o slogan ?sob controle dos trabalhadores? dentro da consigna maior de ?Petrobrás 100% pública e estatal?;
>>> Propor as centrais sindicais e movimentos populares um 1º de maio unificado contra os leilões do petróleo e em defesa da Petrobrás;
>>> Montar uma tenda na Lapa da campanha do Petróleo e pensar iniciativas da campanha na Bienal da Une que acontece a partir de 1º de fevereiro;
>>> Marcar Comitê Operativo da Campanha do Petróleo na semana que vem para encaminhar essas propostas e organizar o Encontro Nacional;
>>> Organizar melhor nossas propostas em nossos materiais para que a população entenda com mais facilidade e se sinta atraída para a luta;
>>> Promover uma eleição de quem nós queremos para a presidência da Petrobrás.
>>> Produção de cartaz da campanha a partir da proposta do Santana;
Fonte: Agência Petroleira de Notícias
