Demorou, mas apareceu. A Revap e obras da Petrobras no Vale do Paraíba e litoral norte podem ter sido usadas para desvio de dinheiro. O montante pode chegar a R$ 85 milhões. Que havia algo estranho nos contratos da Revap/Petrobras, o Sindipetro/SJC denuncia há tempos. Nós já batemos várias vezes na falta de fiscalização dos contratos com as terceirizadas, fornecedoras etc. Isso é só a ponta do iceberg. Ninguém sabe onde as investigações podem chegar, até porque não são todos os contratos que estão sendo auditados. Se fossem, teríamos, certamente, outro escândalo.
Os contratos com suspeitas de fraudes foram assinados entre 2006 e 2010 para as obras de modernização/ampliação da Revap, as construções da Unidade de Tratamento de Gás de Caraguatatuba e o Gastau (Gasoduto Caraguá-Taubaté) e outras. Seriam pelo menos oito obras superfaturadas da Petrobras na região.
As informações foram divulgadas pela Polícia Federal no dia 5 de fevereiro com base em depoimento do ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, que confessou ter recebido propinas desde o governo FHC e estima que o PT recebeu, entre 2003 e 2013, de US$ 150 a US$ 200 milhões com os desvios das obras da Petrobras.
Os esquemas teriam atingido 87 obras da companhia. As propinas seriam de 1% a 2% dos contratos. O dinheiro roubado iria para partidos e dirigentes no comando da estatal. Também já cansamos de dizer que não é a toa que até aqueles que mais detestavam o PT se bandearam para o governismo em troca de postos de direção em ex-estatais sob o controle do governo e outros. No caso da Petrobras, o principal partido beneficiado fora o PP (partido do Maluf). E claro: essa jogatina em troca de apoio ao governo sempre foi assim, antes mesmo da trágica era privatista de FHC/PSDB.
É óbvio que todas as denúncias devem e estão sendo investigadas pela PF. Até porque o que um dos maiores corruptos confessos da história do Brasil, Pedro Barusco, diz não se torna obrigatoriamente verdade, mas podem ser indícios dela. Portanto, cabe investigar e aguardar os julgamentos dos fatos.
Fonte: Boletim Tocha/Sindipetro-SJC