Por que não se aplica o Código de Ética aos gerentes assediadores?

Em todas as reuniões com o RH Corporativo a diretoria da FNP encaminha denúncias e cobranças contra gerentes da Petrobrás, que do alto de seus cargos, tratam os demais petroleiros como seus súditos, privilegiando alguns e perseguindo e assediando os demais.

Não bastassem os assédios, alguns utilizam de técnicas próprias para ?estimular? a mão de obra a trabalhar mais ?comprometida? com a empresa. Na UO-BS, a técnica do gerente é botar terror nos trabalhadores, anunciando o fim irremediável da empresa.

A diretoria do Sindicato levou o caso adiante, denunciando a prática de assédio formalmente durante reunião com o Corporativo da Petrobrás, no Rio de Janeiro, semana passada. Logo de início dos trabalhos, o coordenador do Sindipetro-LP, Adaedson Costa, apresentou a queixa à empresa, explicando que parte do discurso do gerente ao administrativo da UO-BS inclui avisos de que a empresa poderá atrasar salários.

A diretoria do Sindipetro-LP não poupou críticas à atitude do GG, divulgando amplamente o ocorrido para a categoria, e ao levantar a questão durante a reunião, foi informada que o assunto já havia chegado ao conhecimento de todo corporativo. Segundo os representantes da empresa, o episódio não foi o primeiro envolvendo gerentes que falam o que querem, sem medir as consequências.

Sem resposta das providências que seriam tomadas, a FNP cobrou do RH que desenvolva um trabalho de conscientização junto aos gerentes, para que aprendam a estimular os trabalhadores com boas práticas e não com terror. Sabemos que tal iniciativa é insuficiente, uma vez que não se trata de uma tarefa fácil ?conscientizar? esses assediadores. Entretanto, se não há como garantir isso pelo convencimento, que se faça de outras formas. A empresa não pode ser omissa!

Apelando para o Código de Ética da companhia, observamos que a companhia utiliza dois pesos e medidas para avaliar desvios de comportamento na Petrobrás. Quando a falta parte dos trabalhadores sem cargos especiais, as providências são rápidas e pesadas, mas quando se trata do pessoal da gerência, os ditos ?amigos do rei?, o assunto morre entre eles, garantindo que os abusos continuem.

Código de ética também para gerência!
Na RPBC, um gerente não permite que os técnicos de segurança façam medição de presença de benzeno em locais onde houve vazamento, sem que a ordem seja dada por ele. Mesmo com pedido dos trabalhadores presentes, de representantes da Cipa e descumprindo sua própria responsabilidade como técnicos de segurança, a ordem é obedecida. Segundo o gerente, que parece desconhecer as atividades que são de sua responsabilidade, medição de benzeno só em locais onde há indicação do PPOB.

Todos os casos relatados, entre outros que já foram denunciados pelos sindicatos, estão registrados e serão acompanhados até que o RH passe a relatar o desfecho de suas apurações. Se mencionarmos ainda as denúncias feitas em mesa pela FNP, contra os gerentes e diretores, que hoje são réus na Operação Lava Jato, temos provas mais que suficientes de que há conivência das diretorias com as más práticas dentro do sistema Petrobrás. Afinal, se há conhecimento e ainda assim nada de efetivo é feito só podemos interpretar que há corpo mole do Corporativo diante dos casos.

Hoje, na prática, o Código de Ética é aplicado apenas aos trabalhadores do chão de fábrica. E o pior: como instrumento de perseguição e assédio. É o mesmo que ocorre com a nossa Justiça: rigorosa aos pobres, flexível e benevolente com os ricos.

Que o Código de Ética seja aplicado também aos chefes assediadores, aos chefes que se julgam donos da Petrobrás! Por um Código de Ética que não seja utilizado como ferramenta política contra a categoria!

Fonte: Sindipetro-LP

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