Diretores também abordaram outros temas como a imposição de horas extras e problemas com o Benefício Farmácia
Os petroleiros da RPBC, em Cubatão, atrasaram o início do expediente nesta sexta-feira (26) por aproximadamente uma hora. Um dos eixos da mobilização foi protestar contra o desinvestimento da empresa e a proposta da direção da companhia, feita hoje ao Conselho de Administração, de alterar o estatuto social da Petrobrás.
Como parte do ato, o Sindipetro-LP ainda realizou uma ampla panfletagem na unidade com a divulgação do Congresso Regional, que acontecerá no dia 4 de julho, na sede do sindicato, em Santos. Durante as falas dos diretores, foram abordados diversas temas como a imposição de horas extras, feitas ?informalmente? por alguns gerentes da RPBC aos trabalhadores; e problemas com o Benefício Farmácia.
A participação massiva dos petroleiros de turno e ADM da RPBC na mobilização demonstra que o Sindicato não está sozinho na luta em defesa dos interesses da categoria. Nos dias que antecederam o movimento desta sexta, os diretores de base e liberados foram muito procurados nas unidades do LP, por petroleiros querendo saber quando haverá uma mobilização nacional.
Mudanças no Estatuto
O Sindicato é contra as mudanças do estatuto, que indica a criação de cinco comitês para assessorar o Conselho de Administração (CA) e que propõe que na falta do Presidente, dois Diretores respondam pela companhia. Também está previsto um acréscimo na remuneração dos Conselheiros e a fixação da remuneração dos membros dos comitês e dos suplentes no CA.
Ainda como parte do processo de reestruturação da Petrobrás, está prevista a reorganização das Diretorias e das Gerencias Executivas para que se adequem à priorização do segmento de E&P. Tal como foi apresentado para a FNP antes de reunião de acompanhamento e regime, o discurso da diretoria é de capitalizar mais ações da empresa, vender ativos e desinvestir, para pagar dívidas com investidores.
Consideramos que a modificação proposta na estrutura da Petrobrás segue na contramão dos anseios dos petroleiros e dos brasileiros. A mudança deveria ser para ampliar a transparência e o controle social sobre a direção da Petrobrás e não o fortalecimento dos acionistas, que representam o mercado e buscam lucro.
Mais transparência e participação dos trabalhadores
Transparência é o que não vemos na Petrobrás. A diretoria da empresa e o governo parecem ter compromisso apenas com os acionistas, ignorando a sociedade e impondo a vontade do mercado, que não se preocupa com o papel social da empresa e muito menos com a soberania do país. Tanto é que a sociedade não foi informada da mudança no estatuto, apenas os acionistas, que vazaram informações para a imprensa, que não foram desmentidas pela empresa.
Para os investidores financeiros, quanto mais dependentes formos do capital estrangeiro, mais fácil será negociar as riquezas do país. É como se voltássemos à condição de colônia, servindo de exportadores de matéria prima barata, para então comprarmos importados, mais caros. Sustentamos a economia estrangeira e estimulamos a indústria internacional, enquanto no Brasil empresas fecham as portas, por não aguentarem a concorrência do mercado.
Fonte: Sindipetro-LP