Os trabalhadores demitidos há cerca de um mês pela terceirizada Parente Andrade (PA), que estavam abandonados à própria sorte e contando apenas com a solidariedade e disposição de luta da diretoria do Sindipetro PA/AM/MA/AP, ocuparam o hall do prédio sede da Petrobrás (UO-AM), em Manaus, desde à tarde da terça-feira, 30, até o final da noite desta quarta-feira, 01. A mobilização foi um basta à tentativa de calote no pagamento dos passivos trabalhistas pela terceira.
A diretoria do sindicato estava há semanas mobilizada pressionando a Petrobrás a intervir junto a PA para garantir que todos os direitos referentes à rescisão contratual fossem garantidos aos 11 trabalhadores. Porém, somente a luta dos trabalhadores conseguiu romper o aparente descaso, tanto da terceira quanto da companhia, e agora a PA será obrigada a arcar com o pagamento correto de todos os passivos trabalhistas. A homologação da rescisão para o depósito correto das pendências ocorre ainda nesta quinta-feira, 02.
Mais uma vez denunciamos em nosso boletim posturas altamente questionáveis desta terceira. Esses trabalhadores viveram uma situação absurda de desrespeito, pois são companheiros que moram em Carauari (AM) e foram mandados a Manaus (AM) pela PA, sem hospedagem, tendo que se virar por conta própria para conseguir abrigo na cidade. Mesmo diante das denúncias e da angústia de quase um mês à espera de uma solução aos trabalhadores, até então, a Petrobrás não havia se manifestado no sentido de resolver o impasse.
Irregularidades são recorrentes
Outra denúncia feita pelos trabalhadores de Urucu (AM) teve a ver com os trabalhadores contratados para fazer o serviço de roçagem na unidade. De acordo com as denúncias, esses companheiros recebem apenas um salário mínimo, são servidos de uma comida de péssima qualidade, além de fria; não recebem sequer adicional de periculosidade, confinamento e horas extras, enfim, o que os coloca em uma relação de quase escravidão com a Parente Andrade. Tudo sob o silêncio sepulcral das gerências, que ignoraram todos os relatos de assédios, intimidações e humilhação praticadas pela terceira.
Recentemente, também noticiamos em nosso boletim o caso do acidente com a câmara frigorífica, ocorrido por incompetência da terceira, que acabou rendendo um prejuízo de R$ 7 mil reais à Petrobrás, que arcou, de imediato, com o pagamento dos reparos. Agora, em vez de ressarcir a companhia, a PA quer descontar o valor dos petroleiros envolvidos no acidente de trabalho, responsabilidade que, indiscutivelmente, é da terceira.
Essa postura omissa das gerências da Petrobrás na Amazônia, diante dos inúmeros abusos cometidos pela PA, gera uma série de questionamentos sobre a transparência e fiscalização correta dos contratos com as terceirizadas. Já que ironicamente, a PA segue com diversos contratos com a Petrobrás, à revelia de todas as irregularidades praticadas e ineficiência na prestação dos serviços. Aparentemente há um santo forte que não deixa a ?casa cair?. Estamos atentos e seguiremos lutando contra a ?farra das gatas? nas unidades da Amazônia, chega de abusos!
Fonte: Sindipetro PA/AM/MA/AP