Sindipetro-RJ promove enterro simbólico de gerentes da Petrobrás

Protesto é contra os gerentes que descontaram as horas dos trabalhadores pela mobilização do dia 15

O Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro organizou nesta sexta (3) um ato contra a gerente de RH do Gás e Energia, Maria de Fátima Duarte Matos, e o Gerente Geral ? GE-OPE/OAE/UTE-BLS-BF, Marcelo Cruz Lopez. O enterro simbólico destes gerentes aconteceu na entrada da Torre Senado (Edsen) e contou com caixões, trajes de luto, faixas e até marcha fúnebre. O objetivo do protesto é reverter as retaliações sobre os trabalhadores e garantir para os trabalhadores das termoelétricas, entre outros pontos, uma política de SMS decente, efetivo mínimo concursado, comida de qualidade no restaurante e a reversão do processo de terceirização dentro da unidade que cresce em escala alarmante.

O motivo de tanta indignação dos trabalhadores das termoelétricas Barbosa Lima Sobrinho e Baixada Fluminense é a postura de retaliação desses gestores em relação à parada no dia 15 de junho. Mesmo contra a vontade do gerente local que afirmou que a paralisação do Dia Nacional de Luta contra a Terceirização não provocou parada de produção, Matos e Lopez ordenaram que as horas fossem descontadas, causando reflexos em outras remunerações.

A paralisação de algumas horas foi uma mobilização contra a PL 4330 e a venda de ativos e também em protesto por mais segurança no trabalho, efetivo mínimo. Foi uma paralisação em defesa do Sistema Petrobrás e dos empregos, inclusive o dos gerentes.

“Aqui estamos fazendo um enterro simbólico, mas lá na termoelétrica teve morte de verdade. Já fizemos várias reuniões com a gerência da Petrobrás e até agora nada foi resolvido. Essa política perversa de não dialogar com a pauta de reivindicação dos trabalhadores e ainda punir os que se mobilizam é inaceitável para uma empresa que surgiu da organização popular na campanha “O Petróleo é nosso”. Vamos seguir lutando até a Petrobrás rever essa postura covarde” – declara Emanuel Cancella, diretor do Sindipetro-RJ e da FNP.

O Sindipetro-RJ terá uma reunião em breve com a gerência de Gás e Energia para tratar novamente destas questões e a categoria seguirá ampliando sua mobilização por soluções concretas até que a direção da Petrobrás mude sua política.

HISTÓRICO – Em estado de greve desde 15 de abril, os petroleiros da BLS e BF cobram uma série de questões de segurança para o exercício de suas funções. Em fevereiro passado, o petroleiro Rodrigo Antônio Oliveira, faleceu após acidente de trabalho em que sofreu queimaduras em mais de 60% do corpo, durante procedimento para verificação de um problema no equipamento de partida de uma caldeira. Os trabalhadores consideram que algumas pendências que geraram o acidente ainda não foram solucionadas.
As termoelétricas respondem por aproximadamente 26% da energia produzida no país. Diversas manifestações também condenam o projeto do governo de venda dos ativos da Petrobrás.

Fonte: Agência Petroleira de Notícias e Jornal Surgente

Foto: Samuel Tosta / Agência Petroleira de Notícias

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