Nesta sexta-feira, 24/07, a categoria disse não ao plano de desinvestimento, demissões e venda de ativos da presidente Dilma (PT) e da administração executiva da Petrobrás, encabeçada por Aldemir Bendine. A luta também é contra o projeto de lei do Senado de José Serra, que pretende acabar com a participação de 30% da Petrobrás no modelo de partilha e como operadora única do pré-sal.
?Essa greve nacional chama a população brasileira para fortalecer o movimento em defesa da Petrobrás. A Petrobrás é uma empresa que pode estar a serviço do povo brasileiro, garantindo principalmente nossa soberania energética. Para isso a empresa tem que ser 100% estatal, controlada pelos trabalhadores e continuar sendo verde amarela. Precisamos impedir que o maior patrimônio do povo brasileiro seja usurpado pelos grandes magnatas do capital internacional, donos de bancos e multinacionais, principalmente norte amaericanos?, afirma Bruno Dantas, diretor do SIndipetro AL/SE.
Alealdo Hilário, petroleiro aposentado, também diretor do sindicato, ressalta. ?Isso é uma questão de soberania nacional. Pelo projeto do governo a Petrobrás só vai extrair e produzir petróleo. O refino, transporte e as transformações dos 3 mil derivados de petróleo vão para a iniciativa privada. Isso vai gerar um prejuízo incalculável a sociedade brasileira. Vai gerar demissões em massa. Por enquanto tem atingido em peso os terceirizados. Sem falar nas centenas de calotes causados pelas empresas prestadoras de serviço. Isso em razão de um processo criminoso. Foi a terceirização a porta de entrada para a corrupção?.
Gilvani Alves, diretora do Sindipetro, esclarece que a manifestação desta sexta também é pela retomada das obras e a garantia dos empregos. ?Por conta da privatização, muitos trabalhadores petroleiros já foram demitidos, principalmente os terceirizados. Já tem mais de 85 mil que foram para o olho da rua do ano passado para cá. Muitos pais de famílias desempregados. Cidades esvaziadas por conta das obras paralisadas e dos calotes que as empresas deram, não só nos trabalhadores, mas nos comerciantes e restaurantes?.
Para a direção do Sindipetro é estratégico construir uma luta unificada entre os 17 sindicatos da categoria. ?Precisamos garantir que essa luta unificada tenha continuidade depois daqui. Para isso, nós da Federação Nacional dos Petroleiros, a FNP, fazemos um chamado a FUP a construir um encontro nacional com os 17 sindicatos da categoria petroleira para o dia 19 de agosto?, afirma Bruno.
Também é necessário para a direção do sindicato ampliar essa campanha para além dos trabalhadores petroleiros. ?Nós já começamos a construir os comitês de base, nos locais de trabalho. É nosso primeiro passo para levar essa campanha para além dos muros da Petrobrás e envolver as comunidades, associações de bairro, escolas e igrejas?, explica Gilvani.
?É uma luta é de toda a população brasileira e da classe trabalhadora. O Brasil precisa de uma Petrobrás 100% estatal para garantir e gerar mais empregos, produzir gás, combustível, alimento e energia mais baratos. Não tem condições de melhorar a vida do nosso povo se o governo entregar nossos recursos estratégicos, o petróleo, as tecnologias, os equipamentos, o conhecimento e a força de trabalho nas mãos de banqueiros e do grande empresariado?, conclui.
Acompanhe abaixo o quadro de mobilizações em Sergipe e Alagoas e clique AQUI para acessar a galeria de fotos.
SERGIPE
Sede da Petrobrás em Aracaju ? debaixo de forte chuva a categoria manteve a paralisação de 24 horas. Para Alberto Saraiva, diretor do Sindipetro que atua nessa área, a mobilização do dia foi positiva. ?Houve alguns problemas, como trabalhadores que acabaram furando a greve, principalmente terceirizados, por questão de assédio moral dos gerentes e fiscais de contrato. Eles se sentiram pressionados e acabaram tomando essa atitude. A nível de petroleiros próprios a adesão foi de mais de 90%. A cobertura por parte da imprensa foi outra coisa fundamental. Muitos veículos de comunicação compareceram e deram visibilidade a greve. Isso foi muito bom?. Confira AQUI como foi a cobertura da mídia.
Tecarmo ? não houve rendição do turno das 23h e a categoria aprovou a paralisação de 24 horas. Na avaliação de um trabalhador da base, o sentimento dos trabalhadores é de apreensão por conta da venda dos ativos. ?A galera está bem consciente de que essa situação é real e que representa um projeto de privatização?. A votação pela permanência do estado de greve nacional de 24h teve apenas uma abstenção. O pessoal do turno das 23h aderiu 85% e o turno das 7h 95%. Já pessoal do regime administrativo e da Transpetro, ninguém entrou.
Fafen ? não houve rendição do turno das 23h e a categoria aprovou a paralisação de 24 horas. Para Miudinho, trabalhador terceirizado da fábrica e diretor do Sindipetro AL/SE, das 23 horas do dia 23 a diante nenhum trabalhou entrou. ?Foi consciência dos próprios trabalhadores. A maioria nem mesmo compareceu a porta da fábrica. No turno das 15 hORAS só compareceu uma trabalhadora, porque foi enganada pela gerência. Mas ao chegar ela disse: ?nós temos é que se unir e lutar mesmo, principalmente os jovens?. A maior dificuldade que a gente teve foi com a turma do turno das 23h. De 15, dois questionaram a participação na paralisação por desconfiança com a FUP. Eles diziam não acreditar mais na federação cutista e questionavam quando seria a próxima traição. A direção do Sindipetro deixou claro que essa unidade é necessária. Ela deve se dar pela base dos 17 sindicatos, esclarecendo que é necessário romper com o governo para fazer a defesa real da Petrobrás contra todos esses ataques?.
Campo terrestre de Carmópolis ? a adesão à paralisação foi parcial. Segundo informações de trabalhadores da base, muita gente entrou para trabalhar, mas uma parcela importante aderiu ao movimento. Uma parte ficou em casa e cerca de 30 trabalhadores próprios foram reforçar a paralisação na sede em Aracaju.
ALAGOAS
Transpetro Gasoduto e Petrobras no Pilar ? Os Trabalhadores das unidades da Petrobrás e Transpetro (gasoduto) em Pilar e São Miguel dos Campos paralisaram as atividades por cerca de duas horas, em adesão ao dia nacional de mobilização convocado pela FNP e FUP. Logo cedo houve bloqueio da estrada que dá acesso à cidade de Pilar, a 43 km de Maceió. Os petroleiros e petroleiras debateram o plano de desinvestimento de Dilma/Bendine. Esse projeto, capitaneado pelo governo e feito sob encomenda para garantir maiores dividendos aos acionistas da empresa, coloca à venda varios ativos da Petrobrás, ameaçando o patrimônio do povo brasileiro e o emprego de milhares de trabalhadores