Natasha Pitts
Jornalista da Adital
Organizações da sociedade civil argentina estão articulando para 13 de dezembro – Dia do Petróleo Nacional – uma Marcha pela Soberania Petroleira. A intenção é lutar para recuperar já o petróleo e o gás do país. A marcha, que se realizará na Avenida Diagonal Norte e Esmeralda, será acompanhada de atos culturais e homenagens ao General Engenheiro Enrique Mosconi, criador da primeira empresa petroleira estatal do mundo, a YPF.
A mobilização, impulsionada por mais de 30 organizações e sindicatos nacionais, pretende ainda rechaçar o que está sendo chamado de tarifaço energético. De um lado, o governo nacional está sustentando que não haverá aumento nas tarifas de água, luz e gás, contudo, afirma que serão realizados ajustes que aumentarão as despesas dos usuários. A realidade é que os consumidores que perderem os subsídios do governo serão gravemente afetados.
“A um mês e meio das eleições presidenciais, se anuncia o fim dos subsídios e se tenta explicar que só os ricos e famosos vão pagar os elevados preços e tarifas da energia, no entanto, dos 30 bilhões que vão cortar 25.500 serão pagos pelos setores populares?, criticam as organizações e sindicatos.
De acordo com os opositores às privatizações, o corte de subsídios governamentais vai afetar a área metropolitana e grande parte dos 5,3 milhões de lares que se utilizam do serviço de gás, água e energia das empresas privadas.
A estimativa é que, a partir de agora, a população pague de três a quatro vezes mais por esses serviços essenciais. Como consequência, o aumento se reverte em redução do poder aquisitivo de milhares de argentinos e argentinas.
As organizações e sindicatos promotores da Marcha pela Soberania relembram que a privatização do petróleo e sua entrega aos ?monopólios estrangeiros e imperialistas? liquidou o auto-abastecimento com as exportações desenfreadas de grande parte do petróleo e do gás descobertos pela YPF de 1907 até 1991.
O governo nacional se tornou alvo de duras críticas porque, ao invés de reverter o problema, prorrogou as concessões petroleiras, sendo obrigado a importar cada vez mais combustível ao preço internacional, o que quer dizer entre quatro e oito vezes mais caro que o nacional.
Por este conjunto de motivos, toda a população argentina, organizações sindicais, políticas, territoriais, ambientais, estudantis, de Direitos Humanos e usuários e consumidores de água, gás e energia estão sendo convocados a participar da Marcha pela Soberania Petroleira para repudiar as privatizações e exigir a imediata recuperação de todos os recursos naturais do país.
Os interessados em aderir à Marcha pela Soberania Petroleira podem escrever para: soberaniaenergeticaya@gmail.com.
13 de dezembro
A instituição do Dia do Petróleo Nacional foi aprovada neste ano. A intenção é comemorar o dia o que se encontrou petróleo pela primeira vez em solo argentino, o que aconteceu em 13 de dezembro de 1907 em Comodoro Rivadavia.