Resposta à Veja, Valor, O Globo e a quem entender que somos culpados pela crise da Petrobrás
Em matéria recente publicada no site Valor Econômico com o título ?Promoções de funcionários criam mal estar na Petrobrás?(http://www.valor.com.br/empresas/4224274/promocoes-funcionarios-criam-mal-estar-na-petrobras), os trabalhadores petroleiros são colocados mais uma vez como gananciosos, que não enxergam os problemas da companhia e reclamam de barriga cheia.
Na reportagem, os benefícios conquistados pela categoria, como o auxílio-creche, auxílio-ensino e o Benefício Farmácia ? o qual o texto (des)informa que ?o beneficiário paga mensalmente de R$ 2,36 a R$ 14,17, em troca do custeio integral de medicamentos? -, são chamados de vantagens e descritos como um dos principais responsáveis pelo endividamento da companhia.
Outro texto, dessa vez na Veja, relata uma série de frases atribuídas a Murilo Ferreira, que se licenciou esta semana da presidência do Conselho de Administração da Petrobrás, se queixando para um interlocutor sobre os privilégios dos petroleiros e a dificuldade que encontrava em mudar os ?maus hábitos? da companhia, como retirar dos diretores os carros oficiais.
A mídia comprada ? pois as matéria mais parecem uma encomenda de Bendine para desarticular as lutas que seguem, anunciadas para começarem a partir do dia 24, com a chamada para a greve, feita pela FNP -, parece querer nivelar as condições e valorização profissional por baixo, comparando os parcos direitos trabalhistas garantidos pela CLT e que estão sendo sistematicamente retirados dos trabalhadores, com os dos petroleiros, conquistados com mobilizações e muita luta.
Comparado a outras empresas do petróleo, inclusive as que atuam na exploração do pré-sal, os salários pagos pela Petrobrás estão bastante defasados. A imprensa, assim como Murilo, caso tenha partido dele tais declarações, não se dá conta do alto grau de riscos e a complexidade do trabalho do petroleiro, seja em alto mar, nas refinarias ou nos escritórios. São anos de formação técnica, especializações e sacrifícios pessoais para alavancar e mante a Petrobrás como a maior empresa do Brasil.
Não devemos nos envergonhar de nossos avanços, mas protege-los, exigindo a manutenção dos direitos adquiridos e lutando para que novas conquistas sejam garantidas aos trabalhadores.
Com a crise instaurada na Petrobrás, não apenas direitos trabalhistas estão ameaçados, mas a própria hegemonia da companhia está em jogo, já que a empresa tem diminuído a capacitação de seus funcionários, cortando cursos e treinamentos, que garantiam a competitividade com outras petrolíferas em atuação no país.
A conta da crise não é nossa! Cobrem dos executivos, diretores e gerências que permitiram que a corrupção fosse institucionalizada.
Fonte: Sindipetro-LP