O presidente interino do Conselho de Administração da Petrobrás, Nelson Carvalho, que substituiu o licenciado Murilo Ferreira, enviou uma mensagem ?motivacional? à força de trabalho sobre os desafios da empresa em tempos de dólar alto, barril do petróleo abaixo do US$ 50 e cenário internacional problemático, agravado com a desaceleração da China.
Em suas argumentações, Nelson ressalta a importância de cumprir o que foi aprovado para o Plano de Negócios e Gestão da companhia, que prevê desinvestimento (privatização) na ordem de US$ 57 bilhões até 2019.
Para isso, a empresa não tem poupado os trabalhadores, e ofereceu uma das piores propostas de acordo coletivo da história da categoria.
A mensagem ?desmotivacional? enfatiza a importância do ?corpo funcional? da empresa, ?com sua competência internacionalmente reconhecida, o principal ativo que temos para transformar este conjunto de desafios em um acúmulo de aprendizados e ganhos para a Petrobras?.
Ora, pelo contexto da mensagem e pela proposta rebaixada da Petrobrás aos trabalhadores, o ?corpo funcional?, citado no texto, deve se referir não aos trabalhadores do chão de fábrica, mas, como também entendido no mundo das ciências administrativas, refere-se apenas a gerentes e executivos. Esses sim, valorizados pela companhia a ponto de seus privilégios e benesses não terem sido retirados, apesar da crise.
Nelson e os outros nove do Conselho de Administração, além dos suplentes, poderiam ajudar a levantar a companhia diminuindo seus próprios salários como conselheiros, por exemplo.
Uma outra alternativa para ajudar a Petrobrás a sair do vermelho seria cobrar dos conselheiros responsáveis pela má gestão da companhia, os prejuízos causados por negócios desastrosos e pela corrupção institucionalizada, ou será que suas expertises não engloba fiscalizar contratos fraudulentos?
Segundo o Manual do Conselheiro do Departamento de Empresas Estatais (Dest), do Ministério do Planejamento, ?os membros do conselho de administração respondem pelos danos resultantes de omissão no cumprimento de seus deveres e por atos praticados com culpa ou dolo, ou com violação da lei ou do estatuto social da empresa?.
Parafraseando sua mensagem: Junte-se a categoria, Nelson, ?neste esforço árduo, mas certamente gratificante, de construir uma Petrobrás mais forte, mais sólida e mais transparente?.
Juntos somo fortes, unidos somos imbatíveis!