Os trabalhares petroleiros do Rio de Janeiro, São Paulo, Sergipe, Alagoas, Pará, Amazonas, Maranhão e Amapá, depois de muitos esforços de negociação, entraram em greve nesta quinta (29).
Várias unidades amanheceram paralisadas – total adesão à greve em alguns locais, outros com a turma dos comitês de convencimento fortalecendo. Em terminais, refinarias, usinas e prédios a greve segue pelo menos por 48 horas. Sexta (30) à noite, assembleias e reuniões do Comando de Greve definirão sobre a continuidade e próximos passos.
As atividades nas diversas bases da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) mostram a mobilização da categoria para pressionar a direção da Petrobrás. O movimento denuncia a venda de ativos prevista no Plano de Desinvestimento de Dilma/Bendine e os PLs contra a exploração estatal do pré-sal. Na avaliação dos petroleiros, essas propostas atacam centralmente a caráter público da Petrobrás, ameaçam postos e condições de trabalho e aprofundam a privatização do petróleo brasileiro. A pauta de reivindicações ainda destaca a luta pelo ACT sem cortes de direitos e com aumento real, o estabelecimento da mesa de negociação unificada com todas as subsidiárias da Petrobrás e o posicionamento contrário às demissões dos terceirizados da companhia.
Negociação em greve
Depois da reunião desta quarta (28) com o RH da Petrobrás e a apresentação pela companhia de mais uma proposta rebaixada, a direção da FNP encaminhou o início da greve. Confira como foi a negociação: https://fnpetroleiros.org.br/?p=9286
Na reunião, a Petrobrás não apresentou proposta para a pauta da categoria, restringindo-se a apresentar um índice econômico abaixo da inflação. A reunião foi claramente de enrolação, para evitar a greve. A única coisa positiva foi que a empresa oficializou novo formato de mesa, com os representantes das subsdiárias, como uma forma para (re)iniciar a negociação. Esta foi uma vitória da mobilização da categoria.
Sobre as demandas que estão impactando os trabalhadores, a Petrobrás mantém a retirada de direitos, RMNR, DSR, HE 80%, Benefício Farmácia. Nenhuma novidade sobre Plano de Desinvestimento de Dilma/Bendine e sobre a venda da Gaspetro. Não se apresentou nenhum avanço em relação ao combate às demissões. Reafirmaram novo cálculo de feriados e um índice de reajuste abaixo da inflação.
Sobre o Plano de Desinvestimento, a única ?proposta? foi agendar uma data futura para uma reunião com o responsável de apresentar o PNG, Mário Jorge. Resumindo, a Petrobrás apresentou uma proposta de índice econômico ainda bem abaixo da inflação, mas manteve os ataques aos direitos. A pauta completa estará em negociação na tarde desta quinta (29), no Edifício Sede da Petrobrás.
A greve tem como objetivo pressionar a direção da empresa, para que reveja o Plano de Desinvestimento e seja assegurado um acordo coletivo digno para os petroleiros. Apesar de todos os ataques que a Petrobras vêm sofrendo, seus trabalhadores são os principais responsáveis pelos recordes de produção alcançados que derivam em vários prêmios internacionais.
Quadro Nacional da Greve dos Petroleiros
Litoral Paulista – A greve explodiu forte no Litoral Paulista. Em Cubatão, às 23h de ontem, os ônibus já chegavam praticamente vazios na RPBC. De lá pra cá, confirmou-se a adesão também do H.A. Em Santos, Cubatão e Litoral Norte, todas as bases de terra – RPBC, Alemoa, Edisa (prédio administrativo de Santos), Tebar e Utgca – a greve é total, com fortíssima adesão. Pilões realizou atraso. Nas plataformas de Mexilhão e Merluza, apenas serviços de segurança são realizados. Sindicato deve entrar com habeas corpus para retirar os trabalhadores que cumprirão a jornada máxima dentro de algumas horas.
AL/SE ? Sede Atalaia/Transpetro e base de Carmópolis paralisados, inclusive com adesão dos terceirizados. Atrasos na base de Pilar.
PA/AM/MA/AP ? Urucu parado, empresa tenta negociar efetivo. Só os companheiros terceirizados entraram na sede de Manaus. Na Transpetro Belém, o turno parou com adesão de 100%.
São José dos Campos – Na REVAP, houve atraso de turno do zero hora, turno das 7h e do administrativo. Sem corte de rendição até o momento.
RIO DE JANEIRO – na base do Sindipetro-RJ, o TABG entrou forte na greve nacional, com adesão dos trabalhadores do turno e do administrativo. Até o momento, os terceirizados também não entraram. No TEBIG, atraso com assembleia que determinou nova assembleia amanhã para definir a entrada na greve. Na UTE o atraso foi até às 10h. Na Transpetro Sede/CNCO, houve um trancaço, que mobilizou cerca de mil trabalhadores na entrada do prédio de 7h às 9h. Durante a manhã também teve um ato de greve grande na frente do Edise em que, além das bandeiras específicas dos petroleiros, os grevistas se somaram a outros movimentos sociais num protesto contra os abusos do presidente da Câmara de Deputados, Eduardo Cunha. Sexta (30) é dia do Complexo CENPES/CIPD se somar à greve nacional – O Sindipetro-RJ orienta os trabalhadores a se concentrarem na Praça das Bandeiras, conforme forem chegando os ônibus.