Um técnico de operação pleno (cujo nome não estamos divulgando), chegou para trabalhar na Refinaria Duque de Caxias (REDUC) no dia 31 de janeiro, seu turno começou às 15h. Por volta das 19h, se dirigiu ao tanque que continha resíduo de vácuo (TQ – 7510), do setor TE/ML, para fazer uma medição de rotina e não retornou. Por volta das 21h, seus companheiros de trabalho preocuparam-se com sua ausência, sentimento que se transformou em angústia quando ele não apareceu para a troca de turno, às 23h. Um buraco foi encontrado no teto, o que reforça a suspeita de que o petroleiro tenha caído dentro no tanque, que estava a uma altura de 14 metros e com uma temperatura em torno de 75 graus.
De acordo com Marcello Bernardo (foto), membro da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) da REDUC, o avanço do plano de desinvestimento implementado pelo governo, vem dilapidando a REDUC, precarizando cada vez mais as relações de trabalho e aumentando o risco de acidentes em todo o sistema Petrobrás. “Esperamos que não, mas caso se confirme, esta será mais uma vítima fatal da política de desinvestimento que atinge toda a empresa”, disse o petroleiro, que também é membro da oposição à atual direção do Sindipetro-Caxias.
Não houve atrasos na troca de turno na tarde desta segunda-feira (1/02) e nem protestos na REDUC, mas o clima era de muita tristeza. “Conhecemos o companheiro há mais de 15 anos, ele é muito querido. Não sabemos se podemos ter esperanças, mas queremos ter”, disse um petroleiro, carregador terceirizado, que não quis ser identificado.
A REDUC informou que está investigando o desaparecimento do petroleiro, mas não se pronunciou a respeito do processo de esvaziamento do tanque, que já foi iniciado. Algumas fontes petroleiras adiantaram, no entanto, que, como se trata da procura de um corpo, o mais provável é que o processo usado seja o de gravidade. Até a conclusão desse texto a altura do tanque já se encontrava em 8 metros. A expectativa é que se divulgue, ainda esta noite, se o corpo do petroleiro foi ou não encontrado.
A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) lamenta o ocorrido e se solidariza com os familiares do petroleiro nesse momento de angústia. Começar o ano de 2016 com a possibilidade de mais uma morte no Sistema Petrobrás nos entristece a todos e nos avisa que temos um ano muito difícil pela frente. Chega de Acidentes!