“Se deixamos de ter consciência da importância da Petrobrás para a nação, nós perdemos de vista a importância do próprio país”, disse Adaedson Costa, coordenador do Sindipetro-LP e secretário-geral da FNP, ao participar, nesta segunda-feira (14/3), de uma audiência pública na Assembleia Legislativa da Bahia, para debater e organizar ações em defesa da Petrobrás. Convocada pelo deputado estadual Rosemberg Pinto (PT), a audiência reuniu FNP, FUP, Sindipetro Bahia, diversos outros sindicatos, lideranças dos movimentos sociais e parlamentares. Representantes do governo do estado e da Petrobrás também foram convidados, mas não compareceram. O objetivo da audiência era denunciar a venda dos campos terrestres, defender o Pré-sal e todo o Sistema Petrobrás.
Com o auditório Pedro Calmon lotado de petroleiros, os trabalhadores, mais uma vez, demonstraram que continuaram lutando para impedir o desmonte da empresa e a venda dos campos terrestres do Nordeste e Espirito Santo que, se efetivada, trará prejuízos incalculáveis para estas regiões, para a categoria e toda a sociedade. O coordenador geral da FNP, Adaedson Costa, foi categórico, ao afirmar que vender os campos terrestres é mais um passo definitivo na direção da privatização da Petrobrás, e mais, é entregar a soberania do país.
“A questão da venda dos campos terrestres ou de qualquer venda de ativos da Petrobrás é uma questão de soberania desse país e é uma realidade que já estamos denunciando há alguns anos. Cada trabalhador precisa ter essa consciência política. A Petrobrás não se destina apenas ao lucro de seus acionistas. Ela foi forjada na luta e criada com uma finalidade social. Se deixamos de ter consciência da importância da Petrobrás para a nação, nós perdemos de vista a importância do próprio país. O Brasil de amanhã precisa ser feito hoje e temos essa chance. É um momento em que devemos também esquecer nossas divergências políticas e realizar grandes jornadas unitárias em defesa da Petrobrás e do desenvolvimento pleno do Brasil, com educação e saúde plenas para seus trabalhadores e trabalhadoras. A grande bandeira de nossa greve de 2015 foi a de que o petroleiro precisava dar o “start”, precisava iniciar um movimento em defesa da Petrobrás e trazer a sociedade para esse movimento. Só com todos os setores da sociedade conseguiremos reverter esse quadro de crise. Os ataques às nossas reservas não começaram agora. Esses ataques estão sendo montados há tempos com o objetivo de tirar o Brasil do cenário econômico mundial porque a questão é o petróleo e ter petróleo é ter poder econômico no cenário internacional”, disse Adaedson.
Unidade é urgente – diante da atual situação e da política do governo Dilma (PT), que selou acordo com Serra (PSDB) para a entrega do pré-sal e vem acelerando o desmonte da empresa, é mais do que urgente a unidade de todos os trabalhadores petroleiros para combater uma política privatizante que já resultou na demissão em massa de centenas de trabalhadores indiretos e que ameaça os postos de trabalho dos diretos. Também estiveram na atividade os diretores do Sindipetro-LP Fábio Mello e Péricles Augusto.
Os campos entregues – na Bahia, dois dos polos de produção mais rentáveis foram os escolhidos pela Petrobrás para serem entregues à iniciativa privada. Um deles é Buracica, que possui sete campos e está localizado na região dos municípios de Catu e Alagoinhas. O outro é Miranga, com nove campos e situado na região de Pojuca.
Com a venda desses polos, cerca de 250 trabalhadores diretos ficam sem postos de trabalho e amargam a incerteza se serão transferidos, quando e onde podem ser realocados. Para os cerca de 750 trabalhadores indiretos a realidade é ainda mais cruel. Esses, serão demitidos.
O objetivo é repetir essa iniciativa nos demais estados atingidos pela venda dos campos terrestres, como Ceará e Alagoas/Sergipe, organizando novas audiências com a população.
…………………
FNP com Sindipetro-LP