Empresas terceirizadas retiram direitos e Petrobrás fecha os olhos

Contratadas pela Petrobrás, empresas terceirizadas vêm aplicando verdadeiros golpes não só na Petrobrás, mas também nos trabalhadores que são submetidos a salários cada vez menores (contratos atuais pagam até R$ 1 mil a menos para os trabalhadores) e em condições de trabalho cada vez mais precárias. E os sindicatos patronais são verdadeiros agentes desse golpe

Para ganhar a concorrência nos processos de licitação da Petrobrás, as empresas terceirizadas colocam preços abaixo do valor necessário para cumprir com seus compromissos, tanto na entrega do serviço para a Petrobrás, quanto com os pagamentos dos trabalhadores.

Mesmo sendo cifras altíssimas o valor ainda é abaixo do que o necessário para cumprir compromissos financeiros. Numa lógica sem sentido, a Petrobrás opta pelo menor preço, mesmo sabendo que a empresa não vai conseguir cumprir com seus compromissos, compactuando com essa situação. Foi o que aconteceu, por exemplo, com a MCE na RPBC. A empresa não cumpriu com as suas obrigações, deu calote nos funcionários, demitiu todos eles e até agora os trabalhadores, a maior parte absorvidos no contrato tampão com a Marte Engenharia, ainda lutam na Justiça para receber seus direitos. Alguns deles ainda esperam receber da Calorisol, empresa que antecedeu a MCE. É calote atrás de calote.

Sendo a companhia certificada como uma empresa de responsabilidade social, não deveríamos aceitar esses valores muito abaixo, muito menos os calotes, porque sabemos que isso significará mais prejuízo para a empresa e para os trabalhadores.  E a ganância não parece ter fim, pois a cada troca de contrato, os terceirizados ganham cada vez menos e são submetidos a jornadas extenuantes e muito assédio moral.

Próximo ao final dos contratos, muitas vezes depois de quatro ou cinco anos prestando serviços para a empresa, a contratada começa dar sinais de que lá vem golpe. Ela começa deixando de pagar salários e benefícios, ou os faz de forma precária e somente depois que os trabalhadores já estão de braços cruzados. O método é igual e se repete quase da mesma forma, e leva cerca de dois ou três meses ate o desfecho final, quando a empresa pede falência, sumindo, simplesmente, deixando na mão dezenas, centenas e às vezes milhares de trabalhadores.

A Petrobrás, sobre a prerrogativa de quebra no cumprimento de cláusulas e por ser socialmente responsável, poderia muito bem bloquear o pagamento a essas empresas assim que constatada os primeiros sinais de irregularidade, mas ela acaba sempre liberando o pagamento e a empresa some, sem pagar os empregados.

Infelizmente, muitos sindicatos, que deveriam proteger e lutar com os trabalhadores contra esse golpe e roubo, acabam atuando para apaziguar os ânimos ou sequer dão assistência ? mesmo que pra ?gringo ver?. Outros sindicatos montam verdadeiros shows na frente da empresa com carro de som, falam mal de gerentes, mas pouco fazem no dia a dia para evitar essas situações. Outros se contentam em oferecer aos trabalhadores como única medida ações jurídicas nas quais a assessoria jurídica do Sindicato ganha porcentagens substanciais sobre o direito dos trabalhadores.

Isso sem citar os petroleiros terceirizados que são ?representados? por sindicatos de outras regiões, numa manobra da empresa justamente para deixar os trabalhadores sem respaldo sindical.

O Sindipetro-LP, no que é possível, vem atuando para contribuir com a luta dos petroleiros terceirizados, até mesmo porque a luta em defesa do pré-sal e da Petrobrás só pode ser vitoriosa com uma luta unificada dos petroleiros próprios e terceirizados.

Fonte: Sindipetro-LP

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