Aos gritos de “fora, Serra”, petroleiros protestaram em frente ao Congresso e ocuparam a rampa principal do Palácio do Itamaraty na tarde de ontem (14/6)
Por Vanessa Ramos, jornalista da FNP
Aos gritos de “fora, Serra” e “golpistas, fascistas”, petroleiros da FNP, FUP e Aepet, com participação de trabalhadores da educação (CNTE) e do campo (MAB, MPA, MCP), de estudantes (UNE e UJS) e de outros movimentos sociais, impedidos de entrar na Câmara, ocuparam a rampa sobre o espelho d'água, que serve para entrada de carros. Depois seguiram para a rampa principal, por onde entram chefes de Estado e de governo.
O ato seria realizado no auditório Nereu Ramos, da Câmara dos Deputados Federais, mas a Presidência restringiu o acesso à Casa, devido à sessão da Comissão de Ética, realizada nesta terça-feira (14/6) e que aprovou o relatório favorável à cassação de Eduardo Cunha
O ato político objetivou mobilizar a sociedade para evitar a aprovação do projeto de lei 4567/16 de autoria do Senador José Serra (PSDB/SP) que tira a exclusividade da Petrobrás na operação do Pré-Sal no Brasil para a entrega às empresas multinacionais de petróleo. Segundo Arthur Ferrari, da Comunicação Sindipetro-RJ e diretor da Aepet, a aprovação deste projeto entregará o Pré-Sal às empresas estrangeiras que não investem no Brasil.
Para Ivan Luís de Andrade, diretor da FNP, “o objetivo do governo Temer é favorecer as petroleiras estrangeiras, como prometeu José Serra à Chevron?, declarou.
Ao encerrar o ato, o coordenador da FUP, José Maria, ressaltou que a luta em defesa da Petrobrás e do Pré-Sal deve ser de toda a sociedade brasileira. ?Nossa resistência tem que ser maior a cada dia que passa. Nós petroleiros temos a obrigação de sermos ponta de lança nessa disputa, mas temos a clareza de que sozinhos a gente não ganha essa batalha. Se não houver um movimento como foi ´o petróleo é nosso`, eles vão sucatear a Petrobrás e levar o Pré-Sal?, alertou.
Também tiveram direito a fala durante o ato Fábio Mello, da direção do Sindipetro-LP e Silvio Sinedino Pinheiro, da direção da Aepet. “A Petrobrás, desde 2000, atua na área de termelétricas e amplia participação no setor e foi por causa deste fato que, durante a crise hídrica no país, não houve apagão no Brasil”, finalizou Mello, exaltando a importância da companhia brasileira.
Próximas atividades
Ainda nesta quarta (15), a partir das 14h30min será votado na Comissão Especial o relatório do Deputado José Carlos Aleluia com parecer final sobre o projeto. Na próxima sexta-feira (17) está programada a realização de outro ato em São Paulo em defesa da Petrobrás e do Pré-sal.
Fonte: FNP e FUP
Foto: FNP