É importante esclarecer ao petroleiro as várias versões de pedidos de demissão voluntária na Petrobrás para orientarmos os novos petroleiros sobre esse PIDV do Pedro Parente
Por Emanuel Cancella,
secretário geral da FNP e do Sindipetro-RJ e
Carlos A.L. Espinheira,
diretor de comunicação do Sindipetro-RJ e ex-conselheiro fiscal da Petros
Nós entendemos que o PIDV para aposentáveis deveria ser permanente. Neste caso, a companhia teria que zelar pelo seu próprio interesse para que não houvesse um esvaziamento da memória técnica da empresa. Tomando esse cuidado, achamos sensato o PIDV para aposentáveis que, além do incentivo, sairiam com salário do INSS, complemento da Petros e principalmente com a AMS.
Vamos agora analisar as várias versões de PIDV na companhia:
– Na década de 90, tivemos um PIDV, no governo de FHC, que valia para todos e cujo pano de fundo era a tentativa de privatizar a Petrobrás.
FHC não conseguiu privatizar a Petrobrás, porém quebrou o Monopólio Estatal do Petróleo. Milhares de petroleiros saíram da Petrobrás através desse PIDV. Uns com a aposentadoria rebaixada (INSS/Petros/AMS) e outros saíram sem aposentadoria e sem AMS, somente com a indenização.
Os de aposentadoria rebaixada reclamam até hoje dos baixos salários. Muitos petroleiros ?pedevistas? dizem que não deveriam ter saído, porém, saíram como medo da privatização e de perder tudo.
Dizem que 99% desses que saíram só com a indenização deram com os ?burros n?água?. Com a indenização, investiram em negócios que não tinham experiência e, como dizem os especialistas, ?negócio? é coisa de profissional. A maioria desses bateu de volta na porta dos sindicatos e com apoio destes, luta até hoje para retornar a Petrobrás.
Depois, ficamos mais de uma década sem PIDV. Nesse período surgiu Eike Batista e as empresas ?X? na área de petróleo. Muitos petroleiros da Petrobrás saíram da Petrobrás e aderiraram aos negócios de petróleo de Eike Batista. Muitos sonhavam dentro da Petrobrás em trabalhar para as empresas ?X?. Os negócios de Eike Batistas degringolaram e o sonho de muitos petroleiros virou pesadelo.
Depois, veio o PIDV do governo Dilma em 2014. Nesse PIDV só poderiam aderir aposentáveis. Com os desligamentos de petroleiros da área operacional, a companhia garantia que a mão de obra seria reposta através de concurso público. E isso se deu no momento que vencia o prazo do TCU, que decidiu que, até 2015, as empresas públicas e estatais, incluindo a Petrobrás, deveriam substituir, nas áreas operacionais, todos os trabalhadores terceirizados por primeirizados através de concurso público.
Agora vem o PIDV, que traz de volta os mesmos parâmetros do realizado no governo de FHC: Valendo para todos, aposentáveis ou não.
O Sindipetro-RJ e a FNP quer dar um alerta aos petroleiros novos que estão aderindo a esse PIDV, que vão receber única e exclusivamente a indenização pecuniária. A história mostrou que a esmagadora maioria dos pedevistas que saiu só com a indenização se arrependeu. Como na época do governo de FHC, no governo golpista e interino de Michel Temer vão existir poucos concursos públicos, até porque eles dizem que vão diminuir o tamanho do estado brasileiro e com certeza não vão aumentar o número de funcionários públicos, muito menos de estatais.
Como fizemos no governo de FHC, vamos resistir à política de entrega do pré-sal, da venda de ativos e de ataque aos direitos dos trabalhadores. Queremos incluir, manter e ampliar os postos de trabalho na Petrobrás. Essa luta não é só pelos interesses corporativos e muito mais pela defesa da soberania nacional e da defesa da Petrobrás.
Na campanha ?O Petróleo é nosso!?, o maior movimento cívico realizado no país, que resultou na criação da Petrobrás, nenhum participante trabalhava na Petrobrás, até por que a empresa foi criada a partir desse movimento.
Temos que honrar a memória do povo brasileiro e, mais uma vez, barrar o entreguismo tucano, agora incorporado por Pedro Parente!