?Queremos que toda a categoria se mobilize e, por isso, partimos agora para Pilões, Alemoa e Tebar. Mas isso não significa que os demais trabalhadores não possam se integrar na luta…”, afirma Fábio Mello, diretor do Sindipetro-LP e da FNP
Os petroleiros e petroleiras do Litoral Paulista amanhecem de braços cruzados, nesta terça-feira (16), nas unidades da Transpetro. A paralisação, que deve atingir os terminais Alemoa (Santos), Pilões (Cubatão) e Tebar (São Sebastião), foi aprovada em assembleia realizada na noite de quarta-feira (10) na sede e sub-sede do Sindipetro-LP.
A data já havia sido sinalizada como um dia de luta no Congresso Nacional da FNP, realizado em Macaé (RJ), no mês de julho. A escolha das bases da Transpetro como palco das paralisações tem um significado simbólico importante: juntamente com a BR Distribuidora, a Transpetro está no olho do furacão do pacote de privatizações de Temer/Parente. Além disso, no Litoral Paulista, essas bases estiveram de fora do calendário de mobilizações da Caravana Unitária de Lutas, realizada entre os dias 1º e 5 de agosto, pelos três sindicatos do Estado de São Paulo.
?Queremos que toda a categoria se mobilize e, por isso, partimos agora para Pilões, Alemoa e Tebar. Mas isso não significa que os demais trabalhadores não possam se integrar na luta. Os companheiros e companheiras de outras bases, como UTGCA, UO-BS e RPBC/UTE EZR, que tiverem de folga, podem e devem se somar aos companheiros das unidades da Transpetro. Se queremos uma companhia integrada de energia, devemos ser na luta uma categoria integrada. Por isso, fazemos um chamado para que todos e todas se dirijam até as unidades para fazer um forte ato?, explica Fábio Mello, diretor do Sindipetro-LP e da FNP.
Outra razão que dá mais importância à paralisação é que ela acontece na semana em que os trabalhadores da BR Distribuidora anunciam a deflagração de greve contra a venda da subsidiária. Em vários cantos do país, está previsto o início para dia 15, mas no Bacub (terminal da BR em Cubatão), por conta do feriado municipal em celebração à padroeira da cidade, a paralisação deve começar justamente no dia 16.
?Fizemos nos últimos dias paralisações em diversas refinarias do estado, durante a caravana unitária de lutas. Ao mesmo tempo, estamos levando a luta contra a entrega do pré-sal a toda sociedade. Escolhemos a Transpetro para o dia 16 não por considerar que seja uma luta apenas dos companheiros dos terminais. Pelo contrário, é de toda categoria e queremos que todos se mobilizem e discutam com o sindicato a construção da única ferramenta capaz de barrar esses ataques: uma greve nacional e unificada de todo Sistema Petrobrás?, afirmou Fábio Mello, diretor do Sindipetro-LP.
Por fim, ressaltamos ainda que a paralisação acontecerá coincidentemente no Dia Nacional de Mobilização e Luta pelo Emprego e pela Garantia de Direitos – iniciativa articulada pelas centrais sindicais como CUT, CTB, CSP-Conlutas, CGTB, Força Sindical, Intersindical, NCST e UGT. Além de paralisações nas diversas categorias profissionais espalhadas pelo país, o objetivo é realizar atos de rua em diversas capitais. Em São Paulo, está previsto ato na Avenida Paulista. Assim que tivermos mais detalhes, e confirmada a inciativa, o Sindipetro-LP informará a categoria e providenciará transporte aos interessados.
?Consideramos muito positivo que a nossa mobilização aconteça num dia em que, apesar das divergências, o movimento sindical brasileiro de conjunto se unifica para dar uma resposta aos ataques do governo ilegítimo de Temer. Afinal, não é pequeno o pacote de maldades. As reformas da previdência e trabalhista, os cortes de verba em diversos programas e setores, além do amplo plano de privatizações que tem a Petrobrás e o pré-sal como alvos preferenciais, são alguns dos exemplos mais gritantes?, explica Adaedson Costa, coordenador-geral do Sindipetro-LP e secretário-geral da FNP. E conclui. ?Na verdade, vamos precisar da mais ampla unidade da classe trabalhadora. Petroleiros, bancários, trabalhadores dos correiros, é preciso colocar nosso exercito em movimento?.
Deliberações da Assembleia
Os trabalhadores e trabalhadoras presentes na assembleia aprovaram ainda outros pontos. Dentre eles, a aprovação de assembleia permanente e a autorização para que o sindicato e FNP representem a categoria nas negociações de acordo coletivo com a companhia. Dentro disso, os petroleiros aprovaram ainda que o sindicato, diante da conjuntura e correlação de forças na negociação, conduza as reuniões com uma lista de reivindicações mais enxuta, sem prejuízo à pauta histórica que anualmente é aprovada e atualizada nos congressos regionais dos sindicatos e nacional da FNP.
Fonte: Sindipetro-LP