Em pauta, o processo de privatização de empresas da holding como BR Distribuidora, Liquigás, Transpetro e entrega do Pré-sal
A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e o Sindipetro-RJ fizeram nesta terça-feira(16) um abraço simbólico ao prédio da Transpetro, subsidiária de logística de navios e oleodutos do sistema Petrobrás. Cerca de 300 petroleiros participaram da iniciativa que visou chamar a atenção da população para o desmonte que vem sendo feito na companhia com o plano de venda de ativos da estatal, realizado a todo vapor pelo governo do presidente interino Michel Temer.
O abraço contou ainda com o apoio de outras categorias e federações como o Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal Fluminense (Sintuff), da Federação Única do Petroleiros (FUP), de índios e de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
A Transpetro como empresa responsável pela logística possui uma ampla tecnologia, em que opera 49 terminais, uma frota de 56 navios e dutos interligados em diversas regiões do país com 14.668 km de extensão. A sua logística é considerada estratégica pela indústria do petróleo. Em 2015, a empresa repassou um lucro total de R$ 1,2 bilhão à Petrobrás. Apenas a área de dutos e terminais, por sua vez, foi responsável por 78% da receita operacional da empresa no ano passado, que chegou à marca de R$ 6,5 bilhões.
O desmonte da Transpetro por ?debaixo dos panos?
Em um planejamento sigiloso denominado ?Ipanema/Olinda? realizado pela diretoria da Transpetro existe um estudo que objetiva o desmembramento da empresa, com a criação de uma nova empresa que ficaria responsável pela operação marítima, e com continuidade da Transpetro, somente realizando a operação de dutos e terminais. O plano é conhecido no mercado como uma espécie de Carve Out, uma operação em que uma empresa mãe (Petrobrás) vende através oferta pública de ações, a fatia de uma subsidiária constituída a partir da separação de uma divisão dos negócios.
O projeto foi apresentado no último mês de março em que pretende realizar uma engenharia financeira para capitalizar a nova empresa de operação marítima, a partir do aporte dos ativos e dutos pela Petrobrás que negociaria 51% dessas ações no mercado para financiar o desmonte. A operação pode chegar a 860 milhões de reais, dependendo dos juros bancários, que financiariam essa operação.
Pechincha abaixo do mercado
Em continuidade ao seu processo de desmonte, recentemente a Petrobrás anunciou a venda do campo de Carcará à empresa estatal Norueguesa Statoil por apenas $ 2,5 bilhões, o que é considerado um crime de lesa pátria, já que o campo está avaliado em mais de $ 20 bilhões. Ainda no Congresso Nacional (Câmara dos Deputados) está sendo aguardada a votação em regime de urgência do PL 4567/16 de autoria do senador e atual ministro de Relações Exteriores, José Serra, que determina o fim da obrigatoriedade da Petrobrás em o operar 30% dos campos de exploração do pré-sal.
Mobilizações avançam
Em várias bases do Sistema Petrobrás, trabalhadores e terceirizados da BR Distribuidora e subsidiária da Petrobrás já estão em greve desde segunda-feira (15). A categoria objetiva fazer paralisação por cinco dias, a fim de frear o plano de vendas de ativos da estatal. Na terça-feira (16), Dia Nacional de Mobilizações, já ocorreram ações em várias capitais brasileiras.
Fonte: Agência Petroleira de Notícias (APN) e Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)