Como uma medida de urgência, presidente da Petrobrás escreve carta aos petroleiros numa tentativa de desmobilizar a greve
Por Vanessa Ramos, jornalista da FNP
Aparentemente amedrontado, às vésperas da primeira greve em sua gestão, Pedro Parente escreve uma carta encaminhada aos petroleiros nesta terça-feira, 27 e divulga na rede interna de comunicação da Petrobrás.
Na tentativa de vender a ideia de que o governo, pós-impeachment, passa por momento de reunificação nacional e retomada das rédeas da economia, Parente afirma que a estatal passará por cinco anos de “decisões que não são as mais fáceis, mas necessárias”.
No texto, afirma ainda que definirá cortes de orçamento e metas individuais de desempenho a partir de outubro. Segundo ele, após o período, a petroleira será “maior do que somos hoje na nossa área mais importante, além de mais saudável”. Nada mais falso.
Na carta, Parente reconhece que os funcionários têm “garra, disposição e entendimento” da situação financeira da empresa para “caminhar juntos” em direção às novas diretrizes da empresa, apresentadas na última semana com o plano de negócios para o período 2017-2021. Uma das prioridades é a política de segurança operacional, chamada “Compromisso com a vida”, que será detalhada em outubro.
A crer no andar atual da carruagem, teremos sim é a entrega do pré-sal e da Petrobrás aos estrangeiros, pois está à vista de todos a voracidade com que interesses geopolíticos buscam o controle do petróleo no Brasil. A seguir este rumo, o que produziremos daqui para a frente será um país em estado permanente de guerra civil.
Mas, os petroleiros sabem disso e muito bem. Por isso, a FNP e os seus sindicatos filiados seguem, na quinta-feira (29), rumo à greve geral, depois de terem rejeitado a proposta feita pela Petrobrás de congelamento de salários e de parte de benefícios. O acordo proposto previa ainda a redução à metade do valor pago pelas horas extras e a opção de redução da jornada com corte de salários. Por isso, a FNP convoca petroleiros e o povo para apoiar a greve geral e, assim, reestabelecer o rumo do Brasil e os benefícios conquistados pelos trabalhadores.
Fonte: Revista IstoÉ Dinheiro e Federação Nacional dos Petroleiros (FNP)