Soberania brasileira na mira da exploração

Perante a um modelo econômico concentrador e excludente, que pretende se impor como padrão a todos os países ricos em bens naturais, os petroleiros resistem e fazem vigília no  Edifício Sede da Petrobrás, no Rio de Janeiro

Por Vanessa Ramos, jornalista da FNP

No coração da América do Sul, com mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados de área, está o Brasil. Pela própria origem do nome deste país, que veio da madeira típica do solo destas terras, pode-se deduzir que, se algo moveu os homens a explorarem este território, as riquezas naturais despontam no topo da lista.

Mas, a madeira que deu nome ao país foi apenas o ponto de partida dentre muitos outros atrativos que trouxeram os exploradores. A sede pela exploração pelos bens comuns é cada vez mais atual.

Muitos dos preciosos patrimônios naturais que motivam disputas de poder, hoje, num país que abriga rica biodiversidade, é sem dúvida água e petróleo. E o Brasil tem em abundância as duas riquezas.

De acordo com Maude Barlow e Tony Clarke, no livro ?Ouro Azul?, vivemos num país continental com 12% do volume total da água doce de superfície do planeta e o pré-sal representa uma das três maiores reservas de petróleo do mundo.

?A Petrobrás produz mais de 2 milhões de barris por dia. Qual é o país no mundo que tem essa extração? E o pré-sal vale 18 trilhões de dólares?, disse Francisco Soriano, diretor do Sindipetro-RJ.

Diante deste cenário é possível imaginar que acesso a água e a petróleo não sejam problemas para os brasileiros. Por outro lado, não é difícil imaginar o porquê tem se tentado alterar as regras de exploração do pré-sal e privatizar a empresa.

Perante a um modelo econômico concentrador e excludente, que pretende se impor como padrão a todos os países ricos em bens naturais, os petroleiros resistem e fazem luta. Um exemplo disso foi a vigília na frente do Edifício Sede da Petrobrás (Edise), no Rio de Janeiro, na tarde de ontem (3/10), para fazer resistência ao PL 4567/16.

Para Edison Munhoz, diretor do Sindipetro RJ e da FNP, a tentativa de aprovar o projeto de lei nesta segunda-feira não foi à toa. ?É muito simbólico no dia que a Petrobrás completa 63 anos, eles tentem votar um projeto de entrega?.

Historicamente, a empresa criada em 1953 já provou que tem capacidade de gerir o petróleo no Brasil, uma vez que é uma das maiores empresas de petróleo e de energia do mundo, segundo Agnelson Camilo, diretor do
Sindipetro-PA/AM/MA/AP e da FNP. Para ele, esse discurso de que a Petrobrás está falida e incapaz de administrar o petróleo não condiz com a realidade.

Contudo, os entreguistas não conseguiram concluir suas manobras de entrega do pré-sal, pois não houve quórum suficiente para votar o projeto que retira a Petrobrás da exploração do pré-sal e o entrega às multinacionais, previsto para acontecer na tarde da última segunda. ?Nós não vamos permitir essa barbárie. Vamos intensifica as greves. Não vamos deixar passar um futuro melhor para o nosso país e para as nossas crianças?, afirmou Munhoz.

Os petroleiros permaneceram na frente do Edise até o início da noite e, em seguida, deslocaram-se para a sede do Sindipetro-RJ. Também estiveram presentes no ato representantes da FIST.

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