A Federação Nacional dos Petroleiros encaminhou ofício à Petrobrás solicitando nova reunião e proposta de Acordo Coletivo de Trabalho condizente com o valor da nossa força de trabalho, uma vez que a 1º proposta fora rejeitada pela ampla maioria dos trabalhadores. Como em todo processo de negociação, a direção da empresa protela a negociação ao máximo. No último dia 29, Dia Nacional de Paralisações, a empresa ainda se reuniu com a outra federação sem apresentar nada.
FORA PARENTE!
Como elemento novo para a próxima rodada de negociações, nós temos a representação aceita pelo MPF (Ministério Público Federal) contra o presidente da Petrobrás, Pedro Parente. A autoria da representação é do vice-presidente da AEPET, Fernando Siqueira, devido ao ato lesivo da venda da participação da Petrobrás no campo de Carcará do pré-sal pelo preço do barril equivalente à de uma lata de refrigerante. Pedro Parente já é réu em ação civil por danos à companhia no caso da venda de ativos na Argentina à época do governo FHC. É inaceitável que um entreguista que já provocou prejuízos a Petrobrás seja o presidente da companhia e comande todo o processo de venda de ativos em articulação com o governo Temer.
Aliás, esta semana, a Ouvidoria da Petrobrás respondeu ao ofício da FNP cobrando transparência e divulgação dos editais de venda de ativos a fim de pontuarmos a nossa luta contra a privatização do Sistema Petrobrás. Conforme a Ouvidoria, ?o processo de alienação ativo e participação societária não contempla a existência de editais?.
O mais grave vem a seguir: ?o processo é divulgado ao mercado por meio de fato relevante quando a Companhia assume obrigação vinculante ou quando há necessidade de esclarecimento ao investidor nos casos em que existe o risco de que o processo de desinvestimento se torne conhecido por outra fonte?.
O trecho confirma que a Petrobrás é refém do mercado. Só não é possível entender essa lorota de que o processo é divulgado só quando se torna conhecido por outra fonte, como, pasmem, a imprensa entreguista, sendo que a mídia corporativa é porta-voz do mercado e age justamente no sentido de legitimar as privatizações atacando o desempenho da empresa e da sua força produtiva. O mais honesto seria dizer que o processo só é divulgado depois que o mercado e a direção da empresa já autorizaram a sua imprensa entreguista a fazer o trabalho sujo de manipular a opinião pública. A grande mídia não divulga nada que não seja do interesse do mercado.
FORA TEMER!
O avanço das privatizações vai comprometendo a soberania nacional e entregando os nossos recursos naturais a bel-prazer do mercado. A aprovação do PL 4567/2016, de autoria original do tucano José Serra, torna-se ainda mais grave com a descoberta recente do pré-sal no campo de Albacora, na Bacia de Campos. Esta descoberta torna o litoral brasileiro o local de maior descoberta de petróleo no mundo das últimas décadas. A análise é do professor e engenheiro Roberto Moraes, que também é pesquisador da UERJ.
Estimativas iniciais falam em potencial de 15 mil barris por dia no pré-sal de Albacora. Ainda mais importante são os estudados de que este campo pode ser, na verdade, o campo originário principal da região de campos, tendo o seu petróleo vazado para o pós-sal das áreas offshores.
Cada vez mais fica provado que o pré-sal é o passaporte para o futuro do Brasil que Temer empurra ladeira abaixo. O Brasil tem que deixar de ter as suas riquezas colonizadas. Temos que declarar a independência, mesmo que tardia.
Fonte: Sindipetro-SJC