FNP participa de ato chamado pela FUP contra o desmonte e a privatização do Sistema Petrobrás, na manhã desta sexta-feira(18), no Rio de Janeiro
Por Vanessa Ramos, jornalista da FNP
De repente está tão claro: o mundo está ficando sem petróleo e a cada dia a demanda por essa riqueza ultrapassa a sua disponibilidade. Assim, o Brasil vira a cobiça dos países ricos e a luta unificada entre as duas federações ? FNP e FUP ? para proteger o petróleo brasileiro se faz necessária.
Por conta das ameaças de corporações transnacionais, interessadas no petróleo brasileiro, a FNP acredita que a construção de um movimento nacional em defesa da Petrobrás deve ser entre as duas federações e, portanto, apoia atos como o de hoje, realizado no Edifício Sede da Petrobrás (Edise), no Rio de Janeiro.
“Para nós da FNP, o ato desta sexta é um prenúncio de que essa unidade está começando a se firmar. A gente tem convicção que só vamos barrar a entrega do pré-sal e a venda dos ativos com a unidade dos 17 sindicatos. Mesma unidade que fez a greve vitoriosa dos anos 90. Agora, novamente, a gente tem que firmar essa força para barrar a derrocada que Pedro Parente está praticando contra a Petrobrás”, afirmou Emanuel Cancella, diretor do Sindipetro-RJ e da FNP.
Mas, como na ideologia capitalista vale tudo para garantir a intencionalidade do poder da classe dominante, constantemente, mitos são criados a fim de comprometer a credibilidade da empresa e, assim, concretizar a venda para as grandes multinacionais. Até mesmo derrubar governos legítimos e bombardear países está valendo nessa disputa em que o petróleo é a peça central no conflito.
O Iraque, por exemplo, possui grandes reservas, e muitos especialistas afirmam que a matéria-prima foi certamente um fator importante, senão a principal razão, para a escalada de violência no país.
Em 2002, a revista britânica The Economist escreveu que, embora a alegação para a invasão do Iraque tenham sido as supostas armas de destruição em massa detidas pelo então regime do de Saddam Hussein, a abertura das enormes reservas de petróleo do país ao capital estrangeiro também teria motivado a ofensiva americana.
Diante disso, vale a pena ressaltar que dentro de uma sociedade, a produção de ideias é sempre cultura da classe dominante. Daquela classe que detém os meios de produção, bem como todos os meios de produção política. Portanto, a luta atual vai além da privatização e desmonte da Petrobrás. É uma disputa cultural, ideológica e, sobretudo, de classe.
Se as coisas ficarem da forma que que a sociedade burguesa se organiza, a alguns vai caber apenas a miséria, miséria existencial, miséria humana, miséria material e a outros caberá a riqueza.
Para a FNP, se os brasileiros quiserem destruir as ideias da classe dominante, vão precisar criar outras ideias e outras práticas que consigam justamente se contrapor as da direita. Mas isso são só palavras. O importante é entender que um plano articulado pela classe dominante está em curso, amparado pela manipulação da informação. Por essa razão, a sociedade precisa despertar e unir forças com a categoria petroleira. O que está em jogo é a soberania do Brasil.
Também estiveram presentes no ato unificado de hoje o Levante Popular da Juventude, Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).
Foto: Samuel Tosta