Por meio de seu canal de comunicação interno, Pedro Parente mente e persuadis petroleiros a favor da última proposta da empresa
Por Vanessa Ramos, jornalista da FNP
Numa tentativa desesperadora de influenciar os resultados das assembleias, que acontecem em diversos sindipetros filiados à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) nesta semana, a direção da Petrobrás, chefiada por Pedro Parente ? acusado de envolvimento em desvio de R$ 2 bilhões da empresa, quando era ministro da Casa Civil de Fernando Henrique Cardoso e fazia parte do Conselho de Administração da Petrobrás ? soltou um texto, aparentemente inofensivo, afirmando que as assembleias estão aprovando a proposta.
A FNP vem a público esclarecer que as assembleias ainda não terminaram e que o resultado parcial não foi divulgado para a companhia. Portanto, a informação divulgada na intranet da empresa é FALSA.
Em vez disso, a Federação indicou aos sindicatos filiados que rejeitem a quarta proposta, apresentada pela Petrobrás no início da noite do dia 29 de novembro, por manter retirada de direitos dos trabalhadores.
Desde que assumiu a presidência da companhia, Pedro Parente vem usando o canal de comunicação interno para dialogar com a categoria. A FNP vê com bons olhos a iniciativa, se fosse só isso. Mas, o ato é mais grave do que se pensa.
Pedro Parente usa as técnicas do jornalismo, ferindo até a essência ética do exercício da imprensa, para produzir conteúdo mentiroso e manipular a categoria petroleira em benefício de seus interesses.
Os petroleiros têm o direito de tirar suas próprias conclusões sobre o quarto ACT apresentado e aceitar a tarefa de se ver como uma poderosa categoria a serviço do Brasil.
Diante disso, a FNP pretende intensificar os atrasos e as mobilizações em suas bases por entender que não se trata apenas de retirada de direitos, mas, sobretudo, manipulação do trabalhador .
Prática da FNP
Quando a Petrobrás apresenta uma proposta às entidades, os Sindicatos da FNP têm a prática de organizar assembleias para apreciação. É um gesto democrático que estes sindicatos têm.
As assembleias estão ocorrendo nas bases da FNP desde o dia 6 de dezembro. Segundo informes dos sindicatos, já ocorreram assembleias nas bases do Rio de Janeiro, São José dos Campos e Sergipe/Alagoas. O calendário de assembleias seguirá até o dia 14 deste mês. No Litoral Paulista a Assembleia única ocorrerá amanhã (8).
Prática ilegal, antissindical e imoral
Vale revelar que para ter mais votos nas Assembleias, a direção da Petrobrás está determinando que gerentes e coordenadores estejam nas assembleias para votar, a fim de garantir mais votos.
Isso caracteriza prática de assédio moral e antissindicais, que podem gerar processos judiciais. A FNP lamenta tanta truculência da direção para aprovar o seu ?pacote da maldade?.