Petroleiros mantiveram greve no Natal

Sem Papai Noel no domingo de Natal, petroleiros demostraram que tem garra para lutar pelos seus direitos e disposição para manter a greve por tempo indeterminado

Por Vanessa Ramos, jornalista da FNP 

Para dar continuidade ao movimento nacional de greve, iniciado na última sexta-feira (23), o movimento grevista ganhou adesões em várias unidades operacionais da Petrobrás com atrasos, cortes de turnos e greve de fato.

Por outro lado, a Petrobrás insiste na manutenção da proposta de redução de jornada com redução salarial em 25%, sem qualquer discussão sobre os critérios estabelecidos com as entidades sindicais.

Além disso, a empresa propõe reajuste salarial parcelado e abaixo da inflação. Na quarta e última proposta, o valor oferecido foi de 6% a partir de setembro de 2016 (data-base da categoria) e mais 2,8% a partir de fevereiro de 2017. Nem Papai Noel com sua conhecida boa vontade aceitaria uma proposta tão indecente como o informe do próprio RH da Petrobrás reconhece no último ofício para a FNP.

Agora, veja como foi a luta no fim de semana:

ALAGOAS/SERGIPE
O sindicato esteve nas unidades orientando a paralisação das atividades, conforme orientação da FNP e resolução das assembleias de base.

LITORAL PAULISTA
No dia 25 de dezembro, as plataformas de Merluza e Mexilhão decidiram pela adesão ao movimento grevista com a suspensão na emissão de PTs (Permissões de Trabalho) e operação padrão. Com isso, o Litoral Paulista esteve com 6 unidades da Petrobrás em greve. Além das plataformas, ficaram de braços cruzados os trabalhadores da RPBC/UTE Euzébio Rocha (Cubatão); Terminal Alemoa (Santos); Tebar (São Sebastião); e UTGCA (Caraguatatuba).

Em todas as unidades, o Sindicato conseguiu garantir a liberação dos trabalhadores em greve e entregar a operação para os grupos de contingência da companhia. A exceção é a RPBC.

Na refinaria, mesmo com a entrega do Termo de Entrega da Operação para Grupo de Contingência, assinado por todos os grevistas, a empresa não liberou nenhum trabalhador, mantendo a força de trabalho na unidade sob a ameaça de abandono de emprego.

Em resposta, o Sindipetro Litoral Paulista registrou Boletim de Ocorrência registrando a recusa da empresa em liberar os grevistas. Policiais militares estiveram na unidade e constataram a situação. Para ganhar tempo, a empresa enviou ofício ao Sindicato solicitando que indicasse a contingência. O Sindicato respondeu o ofício, apontando de maneira detalhada os passos necessários para garantir a troca dos trabalhadores de forma segurança à unidade e à própria força de trabalho. Até mesmo o percentual de redução de carga necessária de algumas unidades foi apontado, assim como a ordem de troca dos grupos, mas até o presente momento a companhia não deu nenhum retorno.

Mas, para surpresa do Litoral Paulista, o sindicato recebeu uma liminar para que indicasse a contingência. Entretanto, como o sindicato já havia enviado ofício em resposta à companhia, não há mais subterfúgios para a refinaria continuar negando a liberação dos trabalhadores. Paralelamente, uma vez que não há nenhuma confiança na boa vontade da gerência local, o Departamento Jurídico do sindicato vai analisar a situação para tomar novas medidas que resolvam o conflito positivamente aos trabalhadores.

Os próximos passos

Conforme deliberado na última assembleia, realizada na quinta-feira da semana passada, a diretoria do Sindipetro-LP vem analisando diariamente o cenário nacional e mantendo contato permanente com os demais sindicatos em greve.

Nesta segunda-feira, uma nova assembleia acontece na sede e sub-sede do Sindicato, com primeira chamada às 17h30, para avaliar a greve até aqui e apontar os próximos passos. Reforçamos a necessidade de que a categoria compareça em peso ao Sindicato, pois é coletivamente que melhor resolvemos nossos destinos.

RIO DE JANEIRO
Em continuidade a greve nacional da categoria o movimento grevista do Rio de Janeiro puxado pelo SINDIPETRO-RJ junto com suas bases continuou nesta madrugada (24), a greve e corte de rendições em unidades operacionais como Terminal Aquaviário Baía de Guanabara (TABG).

Nesta segunda-feira (26), no Rio de Janeiro, o movimento grevista continua a greve e corte de rendições em unidades operacionais importantes da Petrobrás como o Terminal Aquaviário Baía de Guanabara (TABG).

SÃO JOSÉ DOS CAMPOS
Os petroleiros e petroleiras do Grupo 1 da Revap cortaram a rendição na manhã de domingo e os companheiros do Grupo 5 à tarde, em assembleia. Outras unidades indicaram o início dos cortes para a manhã desta segunda-feira. A direção do Sindipetro/SJC segue realizando assembleias em todos os turnos.

PARÁ/AMAZÔNIA/MARANHÃO/AMAPÁ
Tiveram cortes de rendição e atrasos de até 3 horas em TA Belém, na UTES Tambaqui e em Jaraqui. No administrativo Manaus também atraso na sexta de 03 horas. Hoje, estão em assembleia no TA Belém e em Manaus.

Fonte: Sindipetros AL/SE, LP, PA/AM/MA/AP, RJ e SJC.

 

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