A 4ª proposta da Petrobrás foi rejeitada de formamassiva pela categoria. Analisando apenas do ponto de vista econômico, a proposta parcelaria o reajuste em 6% retroativo a setembro do ano passado e em 2,8% em fevereiro de 2017
A perda na massa salarial anual representaria, no entanto, 1,14% em função do reajuste abaixo do IPCA entre os meses de setembro a janeiro de 2017. A 5ª proposta é pior do que isso. Apesar de a Petrobrás propor a retroatividade do reajuste a setembro de 2016, o índice de 5,57% representa uma perda significativa para os ativos e para os aposentados não-repactuados.
Indicar a aprovação de uma proposta pior que a anterior é traição. Por fim, vale lembrar que na pauta da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) aprovada pela categoria consta a reivindicação do maior índice inflacionário (seja ele ICV-Dieese ou IPCA) e aumento real.
ENTENDA PORQUE REJEITAR A 5ª PROPOSTA
Falácia do esgotamento financeiro
Desde o início da campanha salarial, a Petrobrás criou um argumento sustentado pelo suposto esgotamento financeiro, dado o endividamento da empresa. Esse argumento começou a mostrar-se mentiroso, em 23 de dezembro, quando a imprensa nacional informou que a Petrobrás havia antecipado R$ 20 bi ao BNDES entre novembro e dezembro, em duas operações referentes a liquidação de empréstimos que ainda não estavam vencidos. Ao ser questionada sobre o impacto financeiro acerca do reajuste salarial pelo IPCA (8,97%) para a categoria, em 6 de janeiro, a Companhia informou que custaria R$ 1,7 bi (quase 12 vezes menos do que fora adiantado ao BNDES).
Tira com uma mão e com a outra também
A Petrobrás calcula que para reajustar os salários em 8,57% será preciso que pelo menos 20% dos 19 mil petroleiros que trabalham em horário administrativo adiram à redução de jornada com redução salarial. Mais absurdo impossível: a redução de um vai pagar o reajuste do outro!
Aposentados: repactuação à vista
Que a FUP e a Petrobrás são a favor da repactuação não é novidade. O cúmulo é a FUP indicar à categoria a aprovação de uma proposta pior que a anterior. Que já tinha sido amplamente rejeitada! Isso tem a ver com a política de repactuação na Petros. Nessa campanha ficou claro que para prejudicar os aposentados e pensionistas que não repactuaram, a Petrobrás, Petros e FUP se uniram para defender o reajuste pelo ICV-Dieese somente agora que o mesmo foi abaixo do IPCA (oficialmente usado para reajustar os benefícios dos aposentados e pensionistas que repactuaram). 24 de janeiro é o dia nacional do aposentado e desse jeito não temos nada a comemorar!
Jornada de trabalho e hora extra
A empresa impõe com esse acordo a redução da jornada, com redução de salário já a partir do dia 1º de abril. Outro detalhe, é que vai impor um GT para discutir o valor das horas extras. A FNP não tem acordo em discutir o valor das horas extras. Horas extras se acabam com contratação de efetivo. Com o PIDV, muitos trabalhadores estão saindo e nas unidades operacionais estão faltando pessoas. Daí, temos um número excessivo de dobras e horas extras. Portanto, a empresa precisa é fazer novas contratações.
ALERTA – QUEREM ACABAR O AUXÍLIO ALMOÇO
A Petrobrás quer retirar essa conquista da categoria. Para isso, ela quer tirar o benefício do maior número possível de trabalhadores. Com isso o trabalhador tem uma perda financeira que incide no FGTS, no INSS e na PETROS.
A proposta anterior era de manter o auxílio almoço congelado e reajustar o vale refeição e o vale alimentação somente pelo IPCA. Isso significava que a Petrobrás queria iniciar um processo de migração do auxílio almoço, para o vale refeição e alimentação. Agora ela mudou a tática e deixa bem mais claro seu objetivo de acabar com esse benefício.
A Petrobrás fala que vai reajustar por igual o auxílio e os vales. Porém, quem tiver no vale refeição, não pode mais voltar para o auxílio almoço a partir do dia 31 de janeiro. E todos os trabalhadores que forem contratados a partir desta data ou forem remanejados para uma unidade aonde tem esse benefício, vão ser obrigados a receber somente o vale refeição e o vale alimentação.
Isso é um retrocesso. Portanto, quem ainda estiver interessado em receber esse benefício, precisa fazer a migração até o dia 31 de janeiro, mesmo que a proposta ainda esteja em negociação de forma preventiva.
CALENDÁRIO DE ASSEMBLEIAS EM ALAGOAS/SERGIPE
26/01- Fafen e Jordão
27/01- Tecarmo e Carmopolis
30/01- Sede, RO e aposentados
Fonte: Sindipetro-AL/SE