Morre petroleiro terceirizado em acidente de trabalho na RPBC, em Cubatão/SP

A insegurança no Sistema Petrobrás causou mais uma vítima fatal. Na manhã da última segunda-feira (02/04), um petroleiro terceirizado, Hilton Márcio Evo Filho, 36 anos, faleceu após acidente de trabalho na Refinaria Presidente Bernardes de Cubatão.

Segundo informações preliminares apuradas pelo Sindicato, o trabalhador, empregado da NM Engenharia, estava desmontando um forno da unidade C da RPBC, já desativado e sucateado há mais de dez anos, quando parte da estrutura cedeu e Hilton acabou despencando para a base do forno. Estima-se que a altura da queda tenha sido de aproximadamente 20 metros.

Mais uma vez, certamente a companhia tentará responsabilizar o trabalhador pelo acidente. Não será a primeira vez e nem será a última que a Petrobrás irá transferir a culpa pela tragédia para o lado mais fraco da corda. Rapidamente, de vítima, o trabalhador, um pai de família, passará a exercer o papel de culpado. E o pior, e mais cruel, sem nenhuma chance de defesa.

Essa tragédia acontece poucos dias após a realização do Congresso de SMES da Petrobrás e a divulgação de uma carta oficial da presidente da Petrobrás, Graça Foster, na qual ela afirma que ?nenhum trabalhador sai de casa para morrer do trabalho, porque estava trabalhando?, e que tal fato, a morte causada por acidente de trabalho, é inaceitável.

Na prática, vemos que não é esta realidade e, infelizmente, tal discurso cai no vazio. A precarização do trabalho, através da terceirização, continua mutilando e ceifando vidas. Enquanto o movimento sindical reivindica melhores condições de trabalho e mais investimentos em segurança, a companhia intensifica sua política de redução de custos em equipamentos e se nega a aumentar o quadro mínimo das unidades de operação.

Seja no quadro mínimo de técnicos de operação, técnicos de manutenção ou técnicos de segurança, antigas reivindicações do Sindicato, a empresa segue negando a ampliação do número de trabalhadores, medida que aumentaria significativamente a segurança no ambiente de trabalho.

Há muito tempo alertamos sobre a necessidade de que a refinaria, diante dos inúmeros desafios e expansão que a unidade vem sofrendo, aumentasse proporcionalmente o número de trabalhadores, algo que até hoje não aconteceu. Se as diversas reivindicações do Sindicato tivessem sido colocadas em prática, esta morte poderia ter sido evitada.

O Sindipetro-LP, em nome de toda a categoria, se solidariza com a família do trabalhador e já colocou o serviço de assistência social da entidade à disposição para prestar todo o apoio para um momento tão doloroso.

Por fim, ressaltamos que acompanharemos e exigiremos da empresa uma rigorosa apuração dos fatos. Ainda não temos todas as informações necessárias para realizar uma avaliação precisa do acidente, mas de antemão fica clara a necessidade urgente de que a empresa altere profundamente a sua política de segurança. Caso contrário, apesar de todo o discurso eloquente da presidente Graça Foster, a verdade é que a companhia continuará classificando a morte de trabalhadores ?como mais um acidente de trabalho na companhia?, como mais ?um número frio em nossas estatísticas de SMES?.

Fonte: Sindicato dos Petroleiros do Litoral Paulista

Está gostando do conteúdo? Compartilhe!

Share on facebook
Facebook
Share on twitter
Twitter
Share on linkedin
LinkedIn
Share on whatsapp
WhatsApp