RH afirma que ao implementar a proposta, petroleiros terão a opção de aderir ou não à redução
Por Vanessa Ramos, jornalista da FNP
A Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), com diretores dos cinco sindicatos filiados, estiveram no Edifício Senado (Edisen), no Rio de Janeiro, para dar andamento as comissões de acompanhamento do Acordo Coletivo e regime de turno, nesta segunda-feira (27).
Na parte da manhã, foram levantadas várias questões relacionadas a alimentação, segurança, retaliações e descontos dos dias parados. Agora, a FNP espera um retorno do RH sobre os questionamentos.
À tarde, o debate foi em torno de redução de jornada com redução de remuneração. A FNP é contra a está proposta. No entanto, vai acompanhar a implementação para garantir os direitos dos trabalhadores e evitar assédio, que possam vir a ocorrer.
Durante a reunião, ficou claro a pressa que a gerência da Petrobrás tem em implementar a proposta de redução de jornada com redução de remuneração, prevista para acontecer a partir do dia 3 de abril. O RH afirmou que o sistema será opcional. ?As pessoas terão a possibilidade de aderir ou sair?, explicou o RH. Também ficou explicito o interesse da gerência da Petrobrás pela terceirização. Representante da Transpetro, presente na reunião, chegou a confessar que a empresa já vinha fazendo um estudo sobre a possível implementação da terceirização.
Na terça (28), pela manhã, FNP e RH debateram questões sobre AMS e Benefício Farmácia. Mais uma vez, vários questionamentos foram feitos com relação ao sistema de informatização do Benefício Farmácia, demora na autorização de procedimentos, dificuldade para reembolso, falta de reajuste nos valores dos procedimentos, parto humanizado, além de outros.
Gerente de AMS afirmou que o interesse é que a empresa preste um bom serviço de AMS e que sua equipe está se esforçando para isso. Porém, reconhece que ainda precisam melhorar muita coisa. Sobre os Postos Avançados, a gerente de AMS disse que não vão fechar e que já estão funcionando. ?Estamos fazendo o possível para dar certo?, afirmou.
?A ideia foi modernizar a AMS e não precarizar. Mas, estamos amadurecendo o sistema. A AMS continua atraente sim para os credenciados. Estamos realizando atualização da tabela, pois o reajuste é anual. Temos cerca de 20 mil credenciados. Não estamos fazendo redução de custo em nada?, completou.
Segundo a gerente de AMS, a Petrobrás foi inscrita num projeto piloto de parto humanizado, gerenciado pela Agência Nacional de Saúde, uma parceria com o Hospital de Laranjeira. ?Estou empenhada em resolver os problemas de AMS. Se depender de mim, não vamos perder a AMS?, conclui.
No entanto, para a direção da FNP, todos os problemas e dificuldades em torno da AMS e do Benefício Farmácia é apenas uma amostragem do que vem acontecendo. E faz um alerta: a categoria petroleira deve ficar atenta, porque tudo isso tem a ver com o desmonte da Petrobrás. A empresa estás sendo desmantelada para ser entregue aos simpáticos do capital internacional. Portanto, a precarização dos serviços internos não é coincidência.
?Pedro Parente tem mais dois anos na presidência da Petrobrás. Assim, é garantia certa de mais dois anos de venda de ativos. No final deste período, não teremos nem mais empresa para discutir questões de trabalho. Por isso, convoco todos os trabalhadores da categoria petroleira e o povo brasileiro para estarem nas mobilizações de rua, porque a hora de defender este patrimônio é agora?, conclamou Adaedson Costa, dirigente do Sindipetro-LP e da FNP.
Por fim, a FNP comprometeu-se em enviar um ofício com propostas de melhoria para AMS. Ainda ontem (28), a Federação enviou um ofício para o RH com questionamentos e propostas para a redução opcional de jornada de trabalho com redução proporcional de remuneração.
Enterro
Em meio à reunião de AMS, petroleiros fizeram um enterro simbólico dos responsáveis pelo desmonte da Petrobrás e entrega do pré-sal, dentre eles: Pedro Parente.
