Black friday da Petrobrás entrega 70% da RLAM para a francesa Total

Venda de ativos avança sobre campos de petróleo e refinaria

O Sistema Petrobrás tornou-se self service das petroleiras estrangeiras. Elas chegam, escolhem o que querem, pagam abaixo do mercado e lesam o povo brasileiro. Este é o futuro da empresa almejado pelos entreguistas José Serra, desmascarado pelo Wikileaks, MiShell Temer, Pedro Parente.

Quarta-feira passada, 10, a Petrobrás vendeu em leilão as sondas P-10, P-16, P-17, P-23 e a P-60. Na quinta, 11, a ANP (Agência Nacional de Petróleo e Gás) vendeu oito campos de petróleo do Rio Grande do Norte, Bahia e Espírito Santo.

Hoje, corre a grave notícia de que a Petrobrás teria vendido 70% da RLAM (Refinaria Landulpho Alves) para a Total, aquela mesma que explora o petróleo da Líbia e teve grande atuação nos conflitos desta ?ex-colônia? da França na África há alguns anos.

A RLAM é a refinaria mais antiga do país e, hoje, a segunda em capacidade de processamento. Faz tempo que a FNP e os sindicatos de base vem denunciando a possibilidade de venda de refinarias dentro do programa de Desinvestimento, que está arrebentando com os ativos da Petrobrás. Já havia indícios de que a direção da empresa procurava formatar os negócios de refino para tornar a venda de refinarias atraentes ao mercado externo.

E essas vendas de ativos, privatização estão sendo direcionadas. Para cada ativo, a Petrobrás tem um comprador na manga. Essa, inclusive, foi uma das razões das liminares contra as vendas de Baúna, Tartaruga Verde, da BR Distribuidora. É um entreguismo direcionado. Nem mesmo a lei de licitações é cumprida nestas privatizações a valores muito abaixo do mercado.

Essa privatização a jato de campos de petróleo, termelétricas, Liquigás, BR Distribuidora, FAFENs, PBio, Gasodutos, GASPETRO e agora até de refinaria é resultado da política implantada pelo governo Temer de ?Estado? mínimo e exploração máxima ao capital.  É a destruição da infraestrutura e indústria de petróleo e gás do país por meio da privatização, da mudança da participação da Petrobrás na extração e refino do pré-sal, na destruição da exigência do conteúdo local. Este é um governo voltado para os interesses do mercado internacional, não do país.

A venda de ativos representa perda de direitos para os petroleiros. As petroleiras estrangeiras não são mantenedoras da Petros, por exemplo. Será uma luta garantir os direitos dos trabalhadores sob tutela de outra empresa que não a Petrobrás ao nosso fundo de pensão. O cumprimento dos direitos e conquistas do ACT da categoria é outro ponto preocupante, que também está sob risco devido a terceirização na atividade-fim aprovada pelo governo Temer. A venda de ativos é um atentado direto à organização e direitos dos petroleiros.

A PETROBRÁS VAI MUITO BEM

Ao mesmo tempo em que usam o terrorismo midiático sobre o endividamento da Petrobrás para privatizar a companhia, Temer e Parente fatiam a empresa para atender ao mercado. Não existe outra razão, já que a Petrobrás acaba de registrar, por exemplo, lucro de R$ 4,45 bi e o maior EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de sua história, que alcançou mais de R$ 25 bilhões no primeiro trimestre de 2017. O número representa uma alta de 19% com relação ao mesmo período do ano passado.

A própria Petrobrás comunicou ao mercado redução do endividamento bruto de 5%, no endividamento líquido de 4%, crescimento vertiginoso no setor de exploração e petróleo, abastecimento, gás e energia e distribuição.

Agora já podemos imaginar os impearments que a direção da empresa usará para ?anular? os bons resultados da companhia nas negociações com a categoria.

DEFENDER A PETROBRÁS É DEFENDER O BRASIL

Os números da Petrobrás falam por si. Mesmo vítima de uma política neoliberal lesiva ao país, caluniada dia e noite pela mídia burguesa/corporativa, que apoia a venda de ativos, a Petrobrás mostra bons resultados. Não é à toa que as petroleiras estrangeiras estão babando para colocar as mãos nestes ativos. Ninguém quer o que apresenta prejuízo, mas nos ativos da Petrobrás o mundo todo está de olho. E o valor de produção destes ativos é construído por esta força produtiva, que opera no dia a dia e constrói a Petrobrás das plataformas até a distribuição de derivados de petróleo e gás envasado.

Lutar pela Petrobrás é lutar por nossos direitos! Lutar por nossos direitos é lutar pelos ativos da companhia que pertencem ao povo brasileiro e não podem ser entregues e muito menos da forma como estão sendo. Assim, está mais do que claro que impedir a venda de ativos é uma tarefa importantíssima da classe trabalhadora e isso significa derrotar a política entreguista do governo Temer. Fora Temer! Fora Parente!

Fonte: Sindipetro-SJC

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