FNP condena o uso de Forças Armadas e violência na marcha do dia 24

Dezenas de manifestantes ficaram feridos, alguns gravemente, um por arma de fogo

Por Vanessa Ramos, jornalista da FNP

Na última quarta (24), milhares de pessoas ocuparam a Esplanada dos Ministérios em uma manifestação nacional, organizada pelas centrais sindicais e movimentos sociais. Na pauta, a luta pela derrubada de Temer e suas reformas. Alguns pediam por eleições diretas já, outros a retirada de todos os políticos. Mas, um consenso unificava a luta: uma alternativa política para o país.

No entanto, o governo de Michel Temer reagiu com uma repressão violenta, com o uso das Forças Armadas, de bombas de gás lacrimogêneo, de bala de borracha e da cavalaria, e impediu que os manifestantes chegassem, de FORMA PACÍFICA, na frente do Congresso Nacional. Segundo informações do portal Esquerda Online, dezenas pessoas ficaram feridas, algumas gravemente, uma por ARMA DE FOGO.

Veja imagens do vídeo divulgado pela BuzzFeed, uma empresa norte-americana de mídia de notícias.

https://youtu.be/ZJYik_GSZP8

A manifestação repercutiu em vários jornais internacionais. A mídia europeia destacou na manhã desta quinta-feira (25) os violentos confrontos durante os protestos em Brasília. As imagens na televisão francesa mostraram um cenário de guerra na Esplanada dos Ministérios e destacou que Temer tomou a polêmica decisão de convocar as Forças Armadas para conter os protestos.

O diário espanhol El País destacou que a crise política se tornou insuportável para a população e chacoalha o coração político do Brasil, convertido em um campo de batalha. Para o jornal Le Figaro, a situação reflete a revolta dos brasileiros com os escândalos de corrupção e com as controversas reformas promovidas pelo governo.

Apesar de todo o caos, diz o jornal britânico The Guardian, o presidente brasileiro se agarra no poder e descarta deixar a presidência, alegando que vai lutar contra as acusações. Já o jornal português Público destacou que Brasília se articula e já teria até eleito possíveis candidatos para ocupar o cargo de presidente e vice, caso Temer renuncie: Nelson Jobim (PMDB) e Tasso Jereissati (PSDB).

Segundo descreveu Priscila Duque, jornalista do Sindipetro-PA/AM/MA/AP, em mensagem enviada para a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), a atarde de ontem ?foi uma guerra! Ou melhor, a batalha mais violenta da luta de classes que já vivi.  Bombas e balas ecoavam nos meus ouvidos, enquanto os olhos lacrimejavam, pelo ardor e pela dor, correria. Gente brava, muito aguerrida, resistindo, com coragem inspiradora, energia transformadora e força inexplicável… Gritos. Balas. Sangue. Ambulâncias tardias. Bombeiros preocupados com o ?patrimônio público?… Enquanto helicóptero jogavam bombas em várias direções. E eu me perguntando, e nós, de quem somos patrimônio??. (Leia mensagem na íntegra)

Petroleiros na luta

De acordo com Júlio César Araújo, dirigente do Sindipetro-SJC e da FNP, os acontecimentos do dia 24 de maio, na capital do país marcam um momento importante na história do Brasil, ?o que nós vimos lá foi um governo com caráter fascista que brecou a marcha no meio do caminho e usou todo o seu aparato para reprimir o movimento. Uma repressão já mais vista igual, nem mesmo na Marcha dos Cem Mil, na década de 90?, contou.

Ainda na opinião de Júlio, o governo atual, além de fascista, também é integrista. ?Entrega o país, entrega a soberania nacional e pretende deixar a população esfacelada?, completou.

A FNP mandou 10 ônibus para Brasília, na última terça-feira (23) para defender a saída imediata do presidente ilegítimo e a convocação e novas eleições diretas, tanto para presidente da república, quanto para o Congresso Nacional. Agora espera a construção de uma Greve Geral para intensificar a luta e colocar Temer para fora de vez, derrotar as reformas trabalhista e previdenciária.

Para finalizar, dirigentes da FNP fazem uma breve avaliação sobre a manifestação de ontem:

https://youtu.be/IXAlZj7oGf8

Fonte: FNP; EBC e Esquerda Online
Foto: Mídia Ninja

 

 

 

 

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