GREVE GERAL para combater as reformas em tramitação no Congresso

Em entrevista, Rafael Prado, diretor do Sindipetro-SJC, analisa o momento político atual

Por Vanessa Ramos, jornalista da FNP

FNP – Como você vê a atual situação política do país?

Rafael Prado – No momento em que escrevo, a procuradoria-geral da república acaba de oferecer denúncia contra o presidente (golpista). É a primeira vez na história em que um presidente é denunciado no exercício do mandato. Às vésperas de mais uma Greve Geral, é a chance para que a classe trabalhadora assuma o protagonismo e derrube Temer! Precisamos parar o país no dia 30 de junho!

Temer não foi capaz de implementar as reformas exigida pelo grande capital e agora procuram uma maneira para descartá-lo. A resistência popular cumpriu um papel importante até aqui. A unidade entre as centrais sindicais, a articulação ampla com as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo foram fundamentais para impedir as contrarreformas do governo golpista.

Precisamos ampliar nossas mobilizações para exigir eleições diretas ainda em 2017. Seguir lutando para acumular forças e criar um ambiente favorável para a convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte, capaz de promover reformas profundas no Estado, no sentido de ampliar e fortalecer a democracia.

FNP – Você acha que a atual conjuntura política do Brasil está ligada a política de privatização da Petrobrás, executada a todo vapor por Pedro Parente?

Rafael Prado – Com certeza! O grande capital sempre esteve de olho no pré-sal e na Petrobrás. O impeachment também foi para isso. A gestão de Aldemir Bendine, ainda no governo Dilma, já dava sinais de que faria concessões privatistas. Um tremendo equívoco, que ajudou a pavimentar o caminho para o golpe. Mas não se compara com o que está sendo feito pelo governo golpista. Estão alterando a legislação para entregar o pré-sal e já deixaram claro que a intenção é desmontar a Petrobrás, na contramão do que está sendo feita pelas outras empresas do setor.  A Petrobrás, como empresa integrada de energia, é fundamental para a segurança energética do país. O que precisamos é defender a estatização da empresa e uma política energética que coloque os recursos do pré-sal em benefício do desenvolvimento do país e dos interesses do povo brasileiro.

FNP – Como os petroleiros podem se organizar e o que podem fazer neste momento?

Rafael Prado – A categoria petroleira vem participando intensamente da resistência contra as medidas do governo Temer. As bases da FNP também aderiram ao dia 30.  Nesse momento, estamos nos preparando para o congresso estadual da FNP aqui em SP, junto com os companheiros do Litoral Paulista, que acontecerá antes do congresso da FNP, que será realizado no fim de agosto no Rio de Janeiro. Na minha visão, a categoria tem que apontar o caminho da unidade na luta entre as duas federações. Combinar a luta contra a privatização e a defesa dos nossos direitos no ACT. Mesa única na negociação, para deixar claro para a Petrobrás que não iremos aceitar a redução dos nossos direitos e a política de privatização e para construir a greve nacional da categoria petroleira, que também cumprirá um papel importante na luta contra o governo golpista e suas contrarreformas.

* A opinião do diretor Rafael Prado não é responsabilidade da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).

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