Os riscos de uma parada completa de uma unidade operacional são enormes. A retomada das atividades operacionais é ainda mais delicada. Haja visto os índices de acidentes ocorridos durante simples paradas de manutenção. O contrato de fornecimento com a White Martins não teria sido renovado e a gerência teria deixado uma lacuna para o fornecimento de nitrogênio por outra empresa.
A irresponsabilidade no controle dos contratos e fornecedores não é uma mera situação isolada. Faz parte de uma política de sucateamento das unidades para justificar a privatização, venda destes ativos do Sistema Petrobrás. É extremamente grave que a Revap esteja na iminência de parar por falta de nitrogênio quando o governo federal e a gestão Pedro Parente preparam modelos de privatização de refinarias.
Certamente, o discurso de que o mercado pode gerir melhor estes ativos será usado da mesma forma que já foi em todas as privatarias no país até hoje. Ainda é bem capaz do governo Temer usar a nossa capacidade atual de refino para empurrar o custo político do aumento de impostos sobre a gasolina para as refinarias, já que deste governo pode-se esperar tudo. Na guerra de informação e na manipulação na opinião pública, o governo pratica o vale tudo.
Essa gestão temerária das UOs é proposital neste momento. E isso não ocorre apenas na Revap. Trabalhadores de várias refinarias estão em luta contra a drástica redução de efetivo mínimo, o que é ataque da gestão Temer/Parente para preparar as refinarias para a privatização.
Na Reduc, por exemplo, os trabalhadores denunciam a total falta de conservação da UO. Na RPBC (Refinaria Presidente Bernardes/Cubatão), RLAM (Refinaria Landulpho Alves/BA), REPLAN (Paulínea/SP), Abreu e Lima (PE), Regap (MG), Repar (PR) e Refap (RS), os petroleiros lutam contra a redução de efetivo. Em várias unidades operacionais, os companheiros já conquistaram liminares obrigando as refinarias a voltarem ao número mínimo antes da drástica redução. No despacho da liminar sobre a Refap (RS), o juiz reconhece que “uma das principais causas de acidentes nas refinarias decorre justamente da redução de pessoal”.
Por isso, a situação da Revap não é isolada. Faz parte de um projeto político entreguista. Os riscos a que os trabalhadores estão submetidos é tratado como dano colateral e pode ser até usado também como justificativa para a venda de ativos, já que tudo funcionaria melhor sob o comando “messiânico” do mercado.
A Revap já é reincidente em operar “pendurada na concessionária”. Agora a falta de nitrogênio é mais uma ação deliberada para fragilizar a unidade. E para impedir este caminho que as gerências vêm tomando só com muita luta para derrubar a venda de ativos do Sistema Petrobrás e mudar esta agenda “mercadológica” adotada pelo governo MiShell Temer.
Fora Temer! Fora Parente!
Fonte: Sindipetro-SJC