Sindipetro-RJ e FNP entram com representação para pedido de renúncia do Diretor de ‘Compliance’ da Petrobrás

Enquanto a direção atual da Petrobrás obriga os funcionários da companhia em um contexto de assédio moral a participarem de cursos ‘anticorrupção’, a sua alta cúpula parece seguir o lema “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”.

Conforme publicado nesta terça-feira (21), no site do ‘Estadão’ , a Comissão de Ética da Presidência da República decidiu aplicar advertência  ética ao diretor de Governança, Risco e Conformidade da Petrobrás, João Adalberto Elek Júnior, por ter violado a Lei de Conflito de Interesses.  A punição por desvio ético foi dada porque Elek contratou, sem licitação, pelo valor de R$ 25 mi, no final de 2015, a empresa  Delloitte para realizar auditoria e consultoria  empresarial para a Petrobrás ,e, nesse mesmo período, a contratação de sua filha naquela empresa já estava em estágio avançado. “Houve uma conduta errada e violadora da lei” – disse o presidente da Comissão, Mauro Menezes, após explicar que não houve recomendação para que o diretor deixasse o cargo porque a comissão só faz avaliação ética e não administrativa do caso.

“Não implicação objetiva que impeça de continuar (no cargo). Mas estamos  falando de um um diretor de ‘Compliance’ da maior empresa brasileira”  – observou Mauro Menezes  ao classificar a atitude do diretor da empresa  como “erro grave”  de conduta ética. “Consideramos a conduta violadora da norma ética”, assegurou.

O presidente ressalvou que a comissão “não tem competência para julgar se é bom ou ruim sob o ponto de vista administrativo, mas do ponto de vista ético, nós podemos sim deliberar se a conduta da autoridade é certa ou errada, e, neste caso, foi considerado que é uma conduta e violadora da lei”.

Presidente da Petrobrás já foi comunicado da advertência e não fez nada

Mauro Menezes telefonou para o presidente da Petrobrás, Pedro Parente,  para lhe “informar” da decisão do colegiado que recebeu apenas um voto contrário. “Deve haver prevenção do conflito de interesse e mais que a autoridade que incorre em conflito de interesse quando toma decisões que beneficiem pessoas jurídicas da qual participem parentes ou consanguíneos ou alguém de sua família que seja próximo” – ressaltou o presidente da  Comissão de Ética da Presidência da República.

Por conta dessa advertência emitida pela CEP, o Sindipetro-RJ  e Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) vão protocolar um pedido de renúncia do diretor de Governança, Risco e Conformidade da Petrobrás (Compliance), João Adalberto Elek Júnior.

É inadmissível que um parecer oficial de uma comissão oficial do Estado brasileiro, ligada a Presidência da República seja ignorado pela gestão da Petrobrás.  O mínimo que se pede é o afastamento de Elek, e que o contrato  com a Delloitte seja revogado com o devido ressarcimento à Petrobrás.

De olho em Parente

Vale lembrar  que Pedro Parente  também é denunciado na Procuradoria Geral da República no Rio de Janeiro também por conflito de interesses. O presidente da Petrobrás  é  sócio licenciado da administradora de recursos ‘Prada Assessoria’, administrada pela sua mulher, Lucia Hauptman.  Ora, é público e notório que a Petrobrás é uma empresa de capital aberto com ações no mercado financeiro (bolsa de valores). Alguém duvida que a ‘Prada Assessoria’, uma gestora de investimentos e fortunas, que só faz movimentações a partir de R$ 20 milhões, não tenha acesso às informações que possam privilegiar seus abastados clientes?

Fonte: Infomoney

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