Um protesto organizado pelo Sindicato dos Petroleiros de São José dos Campos e região atrasou em cerca de duas horas a entrada dos funcionários do turno da manhã e do horário administrativo da Revap (Refinaria Henrique Lage), nesta segunda-feira (28). O protesto começou por volta das 7h e a entrada dos trabalhadores ocorreu só por volta das 9h.
O ato foi um protesto de repúdio à medida arbitrária e absurda, anunciada pela Petrobrás, que prevê o racionamento de comida aos trabalhadores a partir de hoje. “É preciso que os trabalhadores entendam que essa redução na comida é apenas o início dos ataques que a empresa está preparando contra os trabalhadores. Não é só o racionamento, mas a qualidade geral da alimentação que está em jogo”, disse aos trabalhadores o vice-presidente do Sindipetro, Rafael Prado, durante o protesto.
Na avaliação do Sindicato, a paralisação foi um sucesso. “Os trabalhadores mostraram que estão conscientes dos ataques e com disposição para lutar pela manutenção dos direitos. A grande maioria dos trabalhadores aderiu à paralisação”, disse Rafael.
Entenda
Segundo informou a Revap ao Sindicato, durante reunião que ocorreu na semana passada, será implantado um modelo de porcionamento das proteínas (carnes) e sobremesas nas refeições servidas aos funcionários a partir desta segunda-feira. Ou seja, cada funcionário poderá ingerir apenas uma quantia pré-determinada desses dois itens nas refeições, barateando assim o custo da alimentação para a Petrobrás.
Com isso, a Petrobrás espera economizar no contrato com a empresa que fornece as refeições. O valor pago, que antes era de R$ 27, passará para o valor de R$ 19,50, por refeição servida.
Para o Sindicato, com essa queda no valor será impossível manter a qualidade da refeição servida aos funcionários. A implantação da mudança nas refeições está sendo feita na surdina, sem nenhuma negociação prévia com o Sindicato.
“Cada dia mais vemos que esta vem sendo a característica da gestão Pedro Parente, de não negociar com o Sindicato. Nós, os representantes dos trabalhadores, somos chamados só para sermos comunicados da decisão já tomada pela empresa, arbitrariamente”, disse Rafael.
O racionamento de comida é mais uma das diversas medidas tomadas pela Petrobrás que deixam claro a intenção da empresa de acabar com os direitos dos trabalhadores, que já enfrentam a redução do efetivo com o anúncio de seguidos PIDVs (Programa de Incentivo ao Desligamento Voluntário), além da constante ameaça de privatização.
Fonte: Sindipetro-SJC