Os trabalhadores do turno da manhã e do horário administrativo da Revap atrasaram a entrada em duas horas na manhã desta segunda-feira (04). Este é o segundo protesto realizado pela categoria em um prazo de oito dias.
Na semana passada, o protesto foi contra a medida anunciada pela empresa de racionamento da comida. Desta vez, o motivo foi a demissão arbitrária do trabalhador Zé Carlos, mecânico da Eqserv, empresa terceirizada da Revap, ocorrida na manhã da última sexta-feira (1º).
Segundo informações de outros funcionários, o trabalhador tinha ido de carro para levar ferramentas pesadas para a área, conduta que havia sido comunicada previamente pelo trabalhador e, mesmo assim, foi punido com a demissão. A auditoria da SMS teria analisado o episódio e concluído que ele teria cometido uma infração operacional que teria ameaçado a segurança. A intenção da Eqserv era apenas advertir o funcionário mas, após ter sido pressionada pela Revap, foi obrigada a demitir.
Durante o ato, o vice-presidente do SindiPetro-SJC, Rafael Prado, informou que o Sindicato já está chamando uma reunião com a Revap para discutir o assunto e tentar reverter a demissão.
O diretor do Sindipetro-SJC, Julio Cesar Araujo, deixou claro para os trabalhadores que a conduta da refinaria com essa demissão é apenas o prenúncio de ataques maiores que virão. “A conduta desse companheiro não trouxe riscos à segurança. Então, o que vemos é a Revap se apegando a uma falsa ideia de segurança para aplicar sua política de punição. Um clima de terrorismo que já sabemos onde vai chegar: é parte do processo de privatização da empresa. Hoje foi esse trabalhador, amanhã pode ser qualquer um de nós”, disse.
ACT
Durante o protesto contra a demissão, o Sindipetro informou aos trabalhadores que a Petrobrás comunicou “a prorrogação do atual Acordo Coletivo e seu respectivo Termo Aditivo até 10 de novembro de 2017 ou até a celebração de novo acordo coletivo de trabalho, o que ocorrer primeiro”.
Rafael explicou que a escolha das datas não foi aleatória, uma vez que a contrarreforma trabalhista de Temer entra em vigor no dia 11 de novembro. “Isso nos dá a entender que teremos uma negociação dura pela frente, com a Petrobrás falando em “reformular” e “rever” os direitos da categoria assegurados no ACT. Só com muita unidade e força poderemos defender os direitos já conquistados. Afinal, a partir de agora, o negociado vai prevalecer sobre o legislado e precisamos estar ainda mais vigilantes”, disse Rafael.
Fonte: Sindipetro-SJC