Não negociamos metas. FNP exige PLR Máxima e Igual para Todos!

Desde o início do ano, a FNP vem tentando marcar uma reunião com a direção da empresa para discutir a PLR de 2011. Por três vezes, foram enviados ofícios solicitando o início das negociações, mas a empresa não se manifestou. Em contrapartida, apresentou em fevereiro o seu projeto de PLR Futura.

Como já afirmamos anteriormente, a FNP não negociará projetos que apresentem regramentos e metas. Os trabalhadores, por imposição da companhia, já são submetidos diariamente ao famigerado GD (Gerenciamento de Desempenho), que prejudica a grande maioria dos trabalhadores, pune os ativistas e beneficia os ?amigos do rei?. Não precisam de um novo mecanismo de ?metas e competência?.

Essa proposta de metas muda completamente a forma de distribuição e também os montantes. Apresenta, por exemplo, uma proposta de pontuação que vai de 48 a 120 pontos, sendo que ao atingir 100% das metas a empresa distribuiria 4,5% do lucro líquido. No entanto, conforme a pontuação diminui a porcentagem da PLR também diminuiria. Para que isso ocorra, há um diversificado leque de variáveis como vazamentos de petróleo, mudanças na legislação tributária e fiscal, não alcance das metas de investimento e, até mesmo, impactos negativos em relação à atividade sindical tais como greve e paralisações.

Ou seja, a mudança proposta pela empresa, além de atacar a livre organização dos trabalhadores, apresentado o nosso direito de greve como um indicador negativo, nada mais é do que explorar ainda mais a categoria para garantir lucros ainda maiores para os acionistas. A Petrobrás cria um projeto que joga sobre os ombros dos trabalhadores a responsabilidade por problemas que são responsabilidade de seus gestores. Afinal, quantos vazamentos e até mesmo greves não poderiam ser evitadas se a empresa colocasse em prática o que diz fazer e valorizar em seus comerciais na TV? A recente greve dos trabalhadores do Comperj, a Greve dos 23 dias no Litoral Paulista e tantas outras foram respostas dos trabalhadores aos ataques e omissão da empresa.

Em vários congressos da categoria os petroleiros defenderam o fim da PLR, uma remuneração variável, transformando o seu valor em índice a ser incorporado ao salário-base de cada petroleiro. Essa é uma das principais bandeiras da FNP. Mas, por outro lado, se a lei ( nº 10.101, de 19 de dezembro de 2000) faculta ao trabalhador receber até 25%, é isso que exigimos. Até agora, o máximo que conseguimos receber (desde criação da lei) foi 15%.

Enquanto os trabalhadores negociam a PLR com mobilizações, greves e negociações exaustivas com o RH Corporativo, os diretores da companhia, sem nenhuma negociação com os sindicatos, recebem PLR?s cada vez mais gordas.

FUP defende metas. Mais uma traição
Infelizmente, a FUP defende um acordo para discutir metas. O que mais impressiona é que não apenas aceita, mas incentiva a discussão de metas de algo que a Petrobrás jamais cumpriu: o pagamento aos trabalhadores de 25% dos dividendos pagos acionistas.

Cada vez mais distante da base e cada vez mais burocratizada, tomando decisões unilaterais e adiando ano a ano os próprios calendários de greve que cria, a federação tenta colocar em prática mais uma forma de conter as mobilizações da categoria, cumprindo à risca seu sindicalismo governista, posto em prática com muito teatro e malabarismos para reverter um desgaste ? há muito tempo ? irreversível com a categoria. Defender a discussão de metas é trair a categoria!

Àqueles que insistem na versão de que a bandeira histórica por ?PLR Máxima e Igual para Todos? é uma luta impossível de ser conquistada, uma lei sancionada em 2010 pelo Governo Estadual do Paraná desbanca essa posição, reforçando a legitimidade da reivindicação encampada pelos sindicatos da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP). Lá, o montante total a ser distribuído do lucro ou resultados das empresas estatais é dividido igualmente para cada empregado, conforme determina a Lei nº16560/2010 ? publicada em Diário Oficial.

Suposta queda nos lucros
Repetindo o mesmo discurso dos anos anteriores, a companhia tentará convencer os trabalhadores de que não tem como avançar na PLR por conta da suposta diminuição dos lucros. Sabemos muito bem que o lucro da Petrobrás não é resultado do desempenho de um ano. Um exemplo é o fato de que 80% do lucro da companhia, hoje, vem da Bacia de Campos, que foi descoberta e desenvolvida na década de 1980. Ou seja, o lucro obtido hoje também foi construído por trabalhadores que estão em sua maior parte aposentados. Sob esta lógica, eles também não teriam direito à PLR?

De qualquer forma, mesmo trabalhando com a hipótese de que a empresa tenha atingido um lucro menor (uma grande falácia) é preciso ressaltar que estamos num período de grandes investimentos da companhia, principalmente no pré-sal, onde novas descobertas surgem a todo momento. Além disso, devemos lembrar que a Petrobrás financia nada menos do que 50% do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Tudo isso fruto do nosso trabalho.

A Petrobrás está em plena expansão e permanece intocável na lista de maiores empresas do mundo. Uma avaliação recente feita pela revista Forbes colocou a empresa na 10ª posição, à frente das mais de 60 empresas latino-americanas citadas na avaliação. Além disso, possui um valor de mercado de US$ 180 bilhões.

Exigimos que a empresa marque imediatamente uma reunião com a FNP e Sindipetro-RJ e apresente uma proposta concreta para a categoria. A nossa é muito clara: 25% do que foi pago aos acionistas em dividendos, e igual para todos.

RESULTADOS
– A geração operacional de caixa (EBITDA) atingiu R$ 16 bilhões 521 milhões, 18% superior ao último trimestre de 2011 e 4% maior que a do 1º trimestre de 2011;
– A produção total de petróleo e gás natural subiu 2% em relação ao 1º trimestre do ano passado, alcançando a média de 2 milhões e 676 mil barris/dia;
– Derivados: crescimento da produção (+3%) e venda (+10%) no mercado interno em comparação com o mesmo período de 2011;
– Investimentos de R$ 18 bilhões 20 milhões, sendo 52% nas atividades de Exploração e Produção;
– Geração de impostos, taxas e contribuições sociais correntes ? 18,661 Bilhões de Reais;
– As participações governamentais no País, em 2012, aumentaram 28% ? 8,066 Bilhões de Reais;
– Iniciada a produção do campo de Cascade, no Golfo do México, em águas profundas;
Novas descobertas no pré-sal: Carioca Sela e Carcará na Bacia de Santos, Pão de Açúcar na Bacia de Campos;
– Novas descobertas no pós-sal: Leste do Igarapé Chibata na Bacia do Solimões e Tambuatá na Bacia do Espírito Santo.
LUCROS
– O lucro líquido do trimestre aumentou 82% na comparação com o 4º trimestre de 2011 e foi 16% menor na comparação com o mesmo período de 2011.

Com informações do Sindipetro PA/AM/MA/AP, Sindipetro-RJ, Oposição do Sindipetro-Unificado e Blog do Petroleiro 2020

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