Depois dos cinco sindicatos seguirem o indicativo da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e rejeitarem a proposta da direção da Petrobrás, na manhã da última segunda-feira (9), a FNP enviou um ofício para o RH da Petrobrás.
No documento, a Federação Nacional solicitou uma nova rodada de negociação, além da apresentação de uma nova proposta de Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
No entanto, o RH, que havia sinalizado que sentaria na manhã desta terça (10) para negociar o ACT, informou que não haveria mais reunião por não ter uma nova proposta para apresentar.
Há mais de 20 dias da apresentação da primeira proposta, a direção da empresa insiste em fechar o ACT até o dia 10 de novembro, porém, não se dignou a preparar uma nova proposta. Um desrespeito a toda a categoria!
“O objetivo da empresa é defender a privatização e o plano de gestão da direção da empresa”, afirma Rafael Prado, diretor da FNP e do Sindipetro-SJC.
Por isso, durante reunião da executiva da FNP, nesta terça, mais uma vez, a FNP enviou umofício à Petrobrás, em que solicitava uma reunião urgente. No entanto, o RH não se manifestou.
Diante disso, a direção da FNP deliberou várias ações, dentre elas: realização de seminários regionais, entre os dias 17 e 23 de outubro, para qualificação da greve por tempo indeterminado; realização de ato, exigindo que a empresa apresente nova proposta; realização de mobilizações nas bases; realização de palestras sobre o equacionamento da Petros; continuidade das caravanas da FNP; e ato contra os leilões da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Enxugar para privatizar
Na proposta, a direção da Petrobrás propõe reajuste salarial de 1,73%; cortar pela metade a remuneração de horas extras, que atualmente é um adicional de 100%; propõe fim do Adicional do Estado do Amazonas; 0% de reajuste para os Benefícios Educacionais; propõe a migração obrigatória para o Vale Refeição/Vale Alimentação; reajuste de 34% para a tabela de Grande Risco da AMS; fim da Gratificação de Campo Terrestre; fim do Benefício Farmácia; fim do Programa Jovem Universitário; redução da gratificação de férias; fim da promoção por antiguidade de Pleno para Sênior nos cargos de nível médio, entre outros ajustes.
Além disso, com o lema de reduzir custos e despesas, o RH também apresenta a possibilidade de os empregados que atuam no regime administrativo flexível ou fixo optarem pela redução de cinco para quatro dias trabalhados por semana, com diminuição proporcional de remuneração. Manobras claras para retirar direitos e enxugar a empresa para privatizar.