Petroleiros e petroleiras da Revap se reuniram ontem, 18, no Sindipetro/SJC para discutir a formação de um comitê de base para impulsionar a defesa do Acordo Coletivo da Categoria. Em breve, serão apresentadas a toda a base algumas medidas defendidas por este comitê, que está aberto a qualquer trabalhador e trabalhadora da base. A intenção é aglutinar os petroleiros em torno desta organização de luta para impulsionar as discussões e aumentar a consciência dos companheiros e companheiras sobre a importância deste movimento paredista que se aproxima para o ACT que defendemos.
O encontro de ontem teve a colaboração do companheiro Júnior Wanderbrook do IBEPS (Estudo Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais), que preparou um trabalho de conjuntura econômica do país e da Petrobrás para ajudar nas discussões. Júnior relatou que houve “diminuição de 23% dos investimentos da empresa do 1º semestre de 2016 para o mesmo período de 2017”. A queda coincide com a redução de 18% do número de trabalhadores da Petrobras por conta dos programas de demissão voluntários. Hoje, somos 63.152 petroleiros (as) diretos na empresa.
A gestão temerária de Pedro Parente mantém os desinvestimentos, na verdade, venda subestimada, liquidação de ativos, ignorando um cenário muito mais favorável para o setor petroleiro ao seguir o projeto privatista do governo MiShell Temer (PMDB).
As avaliações sobre a Bacia de Santos, por exemplo, já comprovam que o pré-sal está dando lucro enquanto a Petrobras está se desfazendo da mina de ouro. A empresa foi a responsável por todo o investimento de sua descoberta, mas abre mão da possibilidade de extração. A análise vai ao encontro ao que a Dra. Raquel Souza, advogada da FNP, tem questionado na justiça ao apontar que o modelo desta venda de ativos é inédito no mundo. É um crime contra a própria companhia e o país. Nenhuma petroleira no mundo jamais fez isso.
Um ponto importante da exposição do IBEPS foi o retrospecto das mobilizações da classe trabalhadora só este ano. Os ataques do governo federal e do Congresso (cujo Senado acaba de devolver o mandato ao corrupto Aécio Neves/PSDB e cuja Câmara, ontem, 18, livrou MiShell Temer de mais um processo de investigação e possível cassação) aliado aos interesses dos setores patronais são terríveis, mas o povo esteve nas ruas em mobilizações e greves históricas.
Retrospecto das mobilizações:
8 de março (Dia Internacional das Mulheres)
15 de março (Dia Nacional de Lutas)
31 de março (Dia Nacional de Lutas)
28 de abril (Greve Geral)
24 de maio (Manifestação Brasília)
30 de junho (Greve Geral)
14 setembro (Dia Nacional de Luta Metalúrgica e mobilizações em outras categorias)
Ainda houve dias específicos de mobilizações com muitas passeatas, por exemplo, na Avenida Paulista. E já há uma nova construção de luta nacional convocada para o dia 10 de novembro. Haverá manifestações e greves contra a aplicação da “esculhambação trabalhista” do governo Temer. E nós, petroleiros, estaremos nesta luta contra a reforma trabalhista e também com as nossas bandeiras em defesa do ACT da categoria e da Petrobras.
É nesta conjuntura de lutas que se localiza a nossa Campanha Salarial e a construção da greve da categoria. O comitê está preparando um manifesto para esclarecer a base e aumentar a consciência em torno da importância desta Campanha Salarial para o ACT que teremos a partir desta conjuntura colocada.
Para o dirigente Rafael Prado, "a constituição do comitê de base joga nossa campanha salarial em outro patamar. A ideia é que mais pessoas se juntem ao comitê a partir de agora. A categoria precisa entender que sem mobilização perderemos o nosso ACT". É este desafio que temos pela frente.
Fonte: Sindipetro-SJC