A categoria petroleira rejeitou por unanimidade a proposta apresentada pela Petrobrás. Foram 324 votos contra a proposta da empresa e apenas uma abstenção.
A categoria também aprovou também greve por tempo indeterminado, a partir do dia 29 de novembro, caso a empresa não apresente uma nova proposta, que contemple suas reivindicações. Foram 319 votos a favor da greve e apenas seis abstenções. Ainda aprovou a contraproposta da FNP, com 311 votos a favor, 12 contra e duas abstenções.
Não só em Sergipe, mas em todas as bases do país, a proposta de retirada de direitos apresentada pela empresa foi rechaçada. O sentimento é de que não houve nenhum avanço em relação à primeira proposta. Após semanas de enrolação para desgastar e desmobilizar os trabalhadores, Pedro Parente não se constrange em reiterar como proposta nenhum avanço. A política segue sendo a retirada de direitos, confirmando que a intenção é sacrificar a força de trabalho, e a própria Petrobrás, para beneficiar acionistas e as empresas estrangeiras do setor petrolífero. Enfim, o capital internacional (Veja também: Ministro inglês fez lobby com governo Temer: Shell e BP foram beneficiadas).
A AMS, por exemplo, está longe de ser um assunto restrito aos petroleiros. O setor privado de saúde observa com bastante atenção o desenlace de nossa campanha. Querem abocanhar este imenso e lucrativo segmento do mercado. O mesmo vale para as empresas interessadas na criminosa venda de ativos e na entrega do pré-sal. Exigem da dupla Pedro Parente/Michel Temer a destruição dos direitos conquistados ao longo de anos e lutas pelos trabalhadores. Um duro ataque contra os trabalhadores, que visa impor um patamar ainda mais agressivo de exploração. Tudo em nome do lucro.
Os trabalhadores já sentem na pele as consequências desse processo de desmonte e privatização, com o efetivo reduzido, acúmulo de funções, falta de segurança e desemprego. Em Sergipe, por exemplo, a gestão da Petrobrás tem ameaçado encerrar todas as atividades de sonda do campo terrestre, que corresponde a 49% das reservas totais do estado e envolve 5 mil empregos diretos e indiretos.
GREVE NELES!
Só a mobilização poderá reverter essa situação. A revolta dos petroleiros é em todo o país. Não só nas bases da FNP, mas também nas da FUP, onde a proposta da Petrobrás também foi rejeitada. É a hora de sairmos do discurso e passarmos para a unidade real dos calendários de luta. A FNP já enviou à FUP desde setembro convite para reunirmos todos os sindicatos para a construção de uma greve nacional contra: a venda de ativos, a proposta de equacionamento da Petros e a retirada de direitos. E reforçou o convite nesta quarta, dia 22.
Os petroleiros precisam realizar uma greve forte, nacional e unificada, que derrote a direção da empresa e o governo. Para isso é necessária a unidade entre os trabalhadores das diversas bases, e também com os petroleiros terceirizados e das subsidiárias.
UNIFICAR COM OUTROS SETORES, RUMO A GREVE GERAL!
Diversas categorias estão mobilizadas, resistindo aos retrocessos que estão sendo impostos. Um Servidores públicos de todo o país, por exemplo, fazem uma grande marcha a Brasília na próxima terça-feira, 28, pela anulação da reforma trabalhista, pelo arquivamento da proposta de reforma previdenciária, contra a privatização dos serviços públicos e estatais.
Convocada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe), CSP-Conlutas, CUT e CTB, a marcha também tem, entre seus eixos, a luta pela revogação da Emenda Constitucional 95 (que congelou o orçamento da União por 20 anos) e contra a MP 805/2017 (que aumenta a contribuição previdenciária de 11% para 14% e adia para 2019 os reajustes salariais do funcionalismo público). Já confirmaram presença servidores de universidades públicas, saúde, assistência social, receita federal, cultura e judiciário, além de categorias do setor privado.
Além de unificar toda a categoria petroleira em uma só luta, precisamos fazer que essa nossa luta esteja a serviço de impulsionar uma nova greve geral em todo o país, a exemplo do dia 28 de abril. A CSP-Conlutas faz um chamado a todas as centrais sindicais para a convocação de uma Greve Geral para o dia em que a reforma for à votação na Câmara dos Deputados. É preciso organizar desde já, nas bases das categorias, uma forte mobilização para parar o Brasil.
O governo sabe que não será fácil conseguir 308 votos em dois turnos na Câmara, uma vez que a reforma é impopular e ano que vem tem eleições. Mas o governo e o Congresso tomado por corruptos já demonstraram que são capazes de qualquer coisa. Portanto, precisamos agir com urgência. As centrais sindicais têm de sair do imobilismo. Só a classe trabalhadora organizada e em luta pode barrar a reforma da previdência e anular a reforma trabalhista.
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